Em dos grandes nomes do samba romântico no país, Péricles se mostra preocupado com o futuro da música devido à pandemia. Em entrevista à revista Quem, o cantor contou que vive um momento de aflição e que não enxerga uma volta à normalidade em relação aos shows. “Penso que vai ser muito difícil e, sem qualquer aparato de vacina, ter o mesmo panorama de antes. Todo mundo está com medo. Muita gente tem muito mais medo do que o normal”, contou.

Pericão, como é carinhosamente chamado pelos fãs, revelou estar com medo do coronavírus, principalmente pelo fato de ser do grupo de risco e por sua família depender dele. “Eu tenho muito mais medo porque já tenho 51 anos, tenho uma filha de seis meses, e estou na linha de frente porque tem muita gente que depende do nosso trabalho. Tenho que pensar nisso. Minha cabeça está assim. Não sei como vai ser, mas o que sei é que não quero ficar doente neste momento, que sei que muita gente depende de mim”.

No início do mês, o músico lançou o seu mais novo projeto, “To Achanado Que É Amor”. A construção do trabalho, por sua vez, teve que se adaptar a nova realidade. “Fizemos algumas mudanças, porque na minha cabeça e maneira de pensar, teríamos uma produção de muito mais gente. Mas devido a esse isolamento, diminuímos ao máximo o número de pessoas, de músicos e de quem iria participar”, contou.

Péricles definiu a experiência como “estranha” e ainda afirmou que dividiu o estúdio apenas com cinco pessoas. “Todo mundo paramentado, com exames feitos, para que a gente pudesse ter o máximo de segurança, não só para mim, mas para todo mundo que estava trabalhando”. Apesar do medo, o cantor afirmou que pretende continuar com o trabalho diante do cenário. “A gente tem que procurar se adaptar. Aquela máxima que se usa no teatro, que o show não pode parar. A gente não pode parar, porque existe uma ânsia grande das pessoas querendo ouvir o que a gente tem a dizer. Eu adoro o que faço. As pessoas abraçaram a nossa causa, ouvem o que a gente fala. Não poderíamos fazer de outra maneira.