Foto: Cristina Boeckel/ g1

Diante da alta do preço do petróleo no mercado internacional, com possibilidade de o valor do barril passar dos US$ 100, a equipe do presidente Jair Bolsonaro definiu como prioridade total do governo neste momento adotar medidas para conter o encarecimento dos combustíveis no país. Segundo um assessor presidencial, essas medidas vão ser anunciadas ainda em janeiro.

Ao blog, um auxiliar direto de Bolsonaro disse que “a maior preocupação do momento” no governo é o preço dos combustíveis, tema que, segundo ele, virou “prioridade total” e está mobilizando a equipe presidencial para fechar medidas que serão divulgadas “ainda em janeiro”.

Em reunião nesta semana, a equipe de Bolsonaro avaliou que o preço do petróleo no mercado internacional deve superar US$ 90 em breve e pode, inclusive, passar dos US$ 100 rapidamente se houver um conflito entre Rússia e Ucrânia. Atualmente, a Petrobras reajusta seus preços com base na variação do petróleo no mercado internacional e do dólar no Brasil.

Ou seja, a tendência é que novos ajustes no valor da gasolina, diesel e gás de cozinha devem ser anunciados pela estatal nas próximas semanas, o que vai aumentar a inflação. Neste cenário, avaliam auxiliares de Bolsonaro, o presidente vai ter sua imagem desgastada junto ao eleitorado, dificultando seus planos de reeleição.

A estratégia de responsabilizar os governadores pela alta dos combustíveis, adotada pelo presidente, não vai surtir o efeito esperado, segundo assessores presidenciais, porque no final das contas o eleitor joga a culpa no governo federal. Principalmente por causa dos efeitos na inflação, no crescimento da economia e no desemprego.

O governo vinha estudando criar um fundo de estabilização de preços dos combustíveis, que seria formado com tributos e utilizado para amortecer altas em períodos de elevada instabilidade no mercado de petróleo no mundo. A ideia é que a Petrobras, em vez de repassar o aumento de custos para os preços, receberia dinheiro do fundo para não ter prejuízo.

Técnicos envolvidos na elaboração das medidas disseram ao blog, porém, que o fundo de estabilização de preços não deve estar entre elas. A orientação, segundo eles, é que as medidas saiam em caráter de urgência. Por Valdo Cruz/G1