Após a divulgação dos dados sobre o Monitor da Violência do g1, que apontou a Bahia como estado com maior quantidade de mortes violentas pelo terceiro ano seguido, o historiador Dudu Ribeiro, coordenador da Rede de Observatórios da Segurança na Bahia e co-fundador da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas, disse que os números do estado refletem um conjunto de aspectos.

“Esses números precisam ser avaliados por alguns aspectos. Do ponto de visto da conjuntura social, política, mas também uma reorganização dessa guerra de combate às drogas, de uma reorganização do comércio, e também dos agentes envolvidos, incluindo agentes públicos”, contou ao g1.

Em números absolutos, a Bahia contabilizou 5.099 mortes violentas (homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte) em 2021. Destas, 4.931 foram enquadradas como homicídio doloso.

O mês mais violento de 2021, conforme o Monitor da Violência, foi abril, com 532 crimes, seguido do mês de março, que contabilizou 510 mortes violentas. Dudu Ribeiro destaca ainda que a política de Segurança Pública do Estado não deve se basear exclusivamente em um combate bélico.

“A resposta dos agentes públicos para esse tipo de situação é sempre uma resposta armada. Os gestores têm reforçado há décadas essa política de controle e eliminação, na maioria das vezes livrando quem realmente lucra nesse processo”, diz.

Em nota, a Secretária de Segurança Pública da Bahia disse que os números de mortes violentas no estado apresentam reduções sucessivas desde o mês de outubro de 2021. Segundo a SSP, isso seria fruto “das ações preventivas e repressivas da Polícia Militar e do trabalho investigativo realizado pela Polícia Civil, entre outras ações”.

A SSP destaca ainda que “o mês de janeiro de 2022 teve redução de 23,7% no número de mortes violentas, comparado ao mesmo período de 2021, passando de 510 casos para 389”, diz a nota. O comunicado afirma ainda que “os responsáveis pelo aumento de crimes violentos registrado no início do ano passado estão, em sua maioria, identificados e presos, após a reunião de esforços e mudanças de estratégias de policiamento ocorridas ao longo do ano”. G1