A advogada e pastora evangélica Damares Alves assumiu na quarta (2), o cargo de ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos. No discurso, afirmou: “O Estado é laico, mas esta ministra é terrivelmente cristã”. Damares é educadora, advogada e foi assessora parlamentar no gabinete do senador Magno Malta , um dos principais aliados de Jair Bolsonaro. Ela nasceu no Paraná, mas mudou-se aos seis anos para o Nordeste.

 

Ela morou em Alagoas e na Bahia. O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos foi criado por Bolsonaro. Caberá à pasta coordenar as políticas e as diretrizes destinadas à promoção dos direitos humanos. A pasta vai atuar em temas como: direitos da mulher, da família, do idoso, da criança e do adolescente, da pessoa com deficiência, do índio e das minorias.

 

A pasta terá 8 secretarias e 12 conselhos ou comitês. A Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres e a Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, que tiveram status de ministério nos governos Lula e Dilma, ficarão vinculados ao ministério comandado por Damares. Durante o discurso desta quarta-feira, a nova ministra afirmou que a base da estruturação das políticas públicas do governo Jair Bolsonaro será a família.

 

“Todas as políticas públicas neste país terão que ser construídas com base na família. A família vai ser considerada em todas as políticas públicas”, enfatizou. “Eu sou uma mulher sozinha com uma filha e nada vai tirar de nós esse vínculo. Nós somos uma família. E todas as configurações familiares serão respeitadas”, disse. Ao lembrar da filha, a ministra se emocionou.

 

Segundo Damares Alves, a filha está fora de Brasília por conta das ameaças que ela sofreu durante a transição. Em uma palestra de 2014, cujo tema era “Riscos que corre a família brasileira”, Damares Alves disse que, à época, estava preocupada com um decreto editado em 2009 pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ela, o texto declarava “que a família brasileira tem que ser destruída”.

 

O decreto mencionado na palestra pela ministra trata do Programa Nacional de Direitos Humanos e estabelece a “desconstrução da heteronormatividade” sob o argumento de que é preciso “incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais”.

 

“Eles querem muito mais que construir no Brasil a homonormatividade. Eles querem, pior, destruir a heteronormatividade. Isso me preocupa muito, mas eu gostaria que esta nação tivesse outro decreto. Sou cristã, pastora e a minha regra de fé é a Bíblia”, disse Damares na ocasião.