Principal suspeita de ser mandante do assassinato do pastor Anderson do Carmo, a deputada federal Flordelis postou um texto em seu Facebook homenageando o ex-marido. A congressista nega que tenha mandado matar o líder evangélico.
“Meu Nem, sinto tantas saudades, não consigo me acostumar a viver sem você. Até tento, mas não consigo, fazíamos quase tudo juntos, sinto sua falta ao meu lado, tem sido muito difícil viver sem você. Mesmo o tempo passando, jamais será suficiente para que a dor da sua ausência diminua”, começou.
“Meu Nem, meu amor, você segue vivo dentro de mim. Um ano e três meses longe, parece uma eternidade, mas o que me acalma é a certeza de que mesmo que você não possa voltar, um dia eu vou poder ir até o seu encontro. Sei que preciso continuar e não deixar a felicidade fugir de vez da minha vida, mas as saudades que sinto de você me deixam paralisada”, disse.
“Você foi embora, meu amor, e levou também uma parte de mim. Deus tem sido meu Refúgio, minha Força, meu Socorro, em Deus tenho depositado minha confiança. Vou lembrar de você, todos os dias e em todas as situações que eu viver e você continuará vivo através de mim e da nossa família. Sempre te amarei, Nem! Até um dia”, completou.
Na quarta-feira (16) fazem 1 ano e 3 meses do assassinato do líder evangélico. Segundo as investigações, plano para matar o pastor Anderson do Carmo começou ainda em maio de 2018, com envenenamento por doses de arsênico, afirmaram representantes da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio. Flordelis foi acusada de ser a mentora intelectual do crime.
Foram pelo menos quatro tentativas de matar o marido anteriormente, incluindo o uso do veneno, até a concretização do crime. O pastor foi morto em 16 de junho de 2019, na porta de casa, com mais de 30 tiros.
“Flordelis, além de arquitetar todo esse plano, financiou a compra dessa arma, convenceu pessoas a realizar esse crime, avisou sobre a chegada da vítima ao local e tentou ocultar provas. Não resta a menor dúvida deque ela foi a autora intelectual, a grande cabeça desse crime”, afirmou o delegado Allan Duarte durante entrevista coletiva.
A possibilidade de separação entre o casal foi uma das motivações do crime, aponta a invetigação. O rigor de Anderson na administração das finanças e no controle das brigas de família também influenciaram.
“Quando ela fala com um dos filhos sobre os planos de matar Anderson, ela disse: ‘Fazer o que? Se eu separar dele, vou escandalizar o nome de Deus’”, contou o promotor Sérgio Luiz Lopes Pereira, do Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.
Por conta da imunidade parlamentar, Flordelis não foi presa. Outras nove pessoas foram presas, incluindo cinco filhas da deputada e uma neta. A deputada não vai responder somente pelo homicídio. “Uma associação criminosa que começou para matar por envenenamento, depois por arma de fogo, e por último para fraudar as investigações, com uso de contrainformações”, explica o promotor.