Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente em exercício Hamilton Mourão afirmou, na manhã desta segunda-feira (23), em coletiva no Palácio do Planalto, que a morte da menina Ágatha Félix, de 8 anos, durante uma operação policial no Complexo do Alemão se deve à “guerra do narcotráfico”.

“É aquela história: é a palavra de um contra o outro. E vocês sabem muito bem que nessas regiões de favela, se o cara disser que foi traficante que atirou, no dia seguinte ele está morto”, apontou Mourão. “Infelizmente, a gente tem que reconhecer que em determinados lugares do Brasil se vive uma guerra. E aí acontecem tragédias dessa natureza”, prosseguiu.

Na opinião do chefe do Executivo interino, as “narcoquadrilhas” no Brasil possuem semelhança com núcleos de guerrilha da Colômbia. “Tem força de apoio, aquela que varre a rua depois do confronto, aquela que diz que quem atirou foi a polícia, independente da investigação que tenha sido feita. É aquela que dá sustentação logística, é o fogueteiro que avisa que a polícia chegou”, expôs o vice-presidente.

Na última sexta-feira (20), Ágatha estava dentro de uma Kombi no Complexo do Alemão, com a família, quando foi atingida por um disparo de fuzil nas costas. A PM diz que policiais trocaram tiros com bandidos. Já moradores contestam a versão. Segundo eles, os PMs atiraram em homens em uma moto e acabaram acertando a criança. Ágatha foi a quinta criança morta por bala perdida este ano.