A Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro determinou que o supermercado Atacadão, do grupo Carrefour, aplique imediatamente punições a empregados que cometam qualquer discriminação contra colegas, como racismo. A decisão foi tomada na sexta-feira (30), no contexto de ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho, que denuncia, além de racismo, outras práticas discriminatórias em estabelecimentos do Atacadão, como intolerância religiosa.

O assassinato brutal de João Alberto em uma loja do Carrefour em Porto Alegre foi citado pela Justiça na decisão para sustentar que a prática discriminatória em estabelecimentos do grupo não se trata de um caso isolado. A determinação, assinada pelo juiz José Dantas Diniz Neto, da 39ª Vara do Trabalho, vale para todo o território nacional.

Também foi ordenado que, no prazo de 90 dias, o Atacadão deve estabelecer um meio efetivo para receber e apurar denúncias sobre racismo por parte de seus empregados, garantindo o sigilo da identidade. No mesmo prazo, o supermercado deve instaurar uma política efetiva de combate à discriminação, promovendo campanha de conscientização. Se descumprir essas ordens, o Atacadão será obrigado a pagar multa de R$ 100.000, acrescida de R$ 50.000 para cada trabalhador vitimado.