O vice-governador da Bahia, João Leão (PP), disse, ontem, que quer ser ministro dos Transportes de um eventual governo do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico (SDE), Jaques Wagner. O titular da SDE tem sido cotado para ser o candidato a presidente do PT, já que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve a condenação mantida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e a pena ampliada de nove anos e seis meses para 12 anos e um mês. Com a permanência da punição, o ex-chefe do Palácio do Planalto deve ter a candidatura indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base na Lei da Ficha Limpa.

 

Em entrevista ao “Linha de Frente”, do site Aratu Online, Leão afirmou que, se fosse ministro,  iria “dar uma arrumada no Brasil”. O vice-governador foi convidado para assumir o Ministério da Saúde do governo do presidente Michel Temer (MDB), mas se recusou. Ele substituiria Ricardo Barros, que deixará o posto para ser candidato a deputado federal em março. “Prefiro ser vice-governador da Bahia”, disse.

Indagado se acredita que Wagner deseja ser presidente da República, Leão respondeu com uma pergunta: “Quem não quer?” Apesar do vice-governador pensar dessa maneira, o secretário tem dito não tem “tesão” de substituir Lula. Tem reiterado também que o PT não tem “plano A, B ou C”. “Apenas plano L, Lula presidente”, afirmou em Porto Alegre, um dia antes de o ex-presidente ser condenado pelo TRF-4. Apesar da negativa do ex-governador da Bahia, Wagner já começa a aparecer em pesquisas sobre presidenciáveis. De acordo com o levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado no final de dezembro do ano passado, o petista baiano teria 3,9% das intenções de votos. Já, entre os eleitores de Lula, teria 6,7% na frente do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que também é cotado para ser o candidato do PT. O petista paulistano, que também tem negado ser o “plano B” do partido, tem 5,6%. Ontem, vou a recusar essa hipótese de disputar o Palácio do Planalto.

Nos bastidores, o comentário é que ex-prefeito tem o apoio de 80% das bases do PT e 20% da cúpula da sigla a favor de sua eventual candidatura. Com Jaques Wagner ocorreria o contrário.

Na próxima semana, mais uma pesquisa sobre presidenciáveis deve ser divulgada e o nome de Wagner será testado. Segundo a coluna “Expresso”, da revista Época, o secretário está no levantamento da empresa francesa Ipsos, que será divulgado no dia 30 de janeiro.

 

Vice-governador diz que Neto é “fortaleza” solitária

 

O vice-governador João Leão (PP) voltou a provocar, ontem, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), que deve ser o provável adversário do candidato à reeleição, o governador Rui Costa (PT). O progressista, em entrevista ao “Linha de Frente”, do site Aratu Online, afirmou que o democrata faz uma “boa administração” no Município, mas não tem aliados fortes para ser candidato ao governo da Bahia. Para ele, Neto é uma “fortaleza” solitária.

“Qual é o problema de Neto? Neto é forte? É. É jovem, é bom candidato, tem feito uma boa administração na prefeitura. Tem seus problemas, como nós temos os nossos. [Mas] ele tem uma pessoa, uma fortaleza do lado dele, que é ele. Quem vai ser o vice? Quem serão os candidatos ao Senado dele?”, indagou, ao reafirmar que o Rui Costa será reeleito no primeiro turno.

Leão ainda atenuou o fato de seu filho – o deputado federal Cacá Leão (PP) – ter ido, no último final de semana, ao aniversário do deputado federal Paulo Azi (DEM), correligionário do prefeito ACM Neto. Para ele, isso é fruto dos novos tempos da política. “No tempo de Antônio Carlos Magalhães, isso não aconteceria. Era um de lado e outro do outro lado. Era ódio e não existia amor. Era um dos grandes defeitos do meu amigo [ACM]”, ressaltou. Por Rodrigo Daniel Silva/BocaoNews