Interlocutores próximos ao presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmam que o político pretende indicar o juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelas ações em primeira instância relacionadas à Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, para um tribunal superior.  No entanto, o peesselista ainda não teria decidido se o magistrado iria para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou para o Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Ambas as possibilidades seriam analisadas pelo presidente eleito. Segundo a reportagem, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho de Jair Bolsonaro, reuniu-se na semana passada por duas horas com o magistrado. O encontro teria ocorrido no gabinete do juiz, a pedido do próprio Flávio. A informação foi divulgada na sexta-feira (30), pelo jornal O Globo.

 

“Não tem nada disso, foi apenas um encontro amistoso. Já ouvi essas especulações [sobre as indicações]. Mas, não tratamos sobre o tema”, disse o juiz Marcelo Bretas ao jornal. Oficialmente, segundo assessores, o encontro entre Flávio e Bretas serviu para agradecer o apoio do juiz da Lava Jato “às ideias” de Jair Bolsonaro. Durante a campanha eleitoral, o magistrado curtiu algumas publicações do então candidato do PSL nas redes sociais.

 

Ele também parabenizou Bolsonaro logo após sua vitória. “Que Deus o abençoe nessa missão”, escreveu. “Flávio se colocou à disposição para eventuais sugestões de alterações legislativas”, disse o juiz à reportagem. “Temos um bom relacionamento. Não foi nada demais [o encontro]. Confirmo que foi uma visita de cortesia. Temos vários pontos em comum, como o combate à corrupção”, encerrou.

 

Indicações de Bolsonaro
O Globo lembra que Bolsonaro poderá indicar ao menos 10 ministros para integrar tribunais superiores brasileiros ao longo do seu mandato. Serão dois para o STF, substituindo o decano da Corte, Celso de Mello, que completa 75 anos em 2020, e o ministro Marco Aurélio Mello, que atingirá a mesma idade, limite para atuar no Supremo, em 2021.