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O presidente Jair Bolsonaro disse, na manhã desta quarta-feira (16), que não pretende promover mudanças dentro da Executiva nacional do PSL. Desde a semana passada, o chefe do Palácio do Planalto está em pé de guerra com o partido que o elegeu, e tem cobrado que a sigla seja mais transparente com a utilização dos recursos públicos que recebe mensalmente.

“O partido tem que fazer a coisa que tem que ser feita, normal. Não tem que esconder nada. Eu não quero tomar partido de ninguém. Agora, transparência faz parte, o dinheiro é público, R$ 8 milhões”, declarou Bolsonaro, em frente ao Palácio da Alvorada.

O presidente negou que esteja “tumultuando a relação” com o partido. De acordo com Bolsonaro, pelo menos por enquanto, “está tudo em paz” entre ele e o deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), presidente da sigla. Ele também disse não guardar mágoa de ninguém. Contudo, reforçou o desejo por transparência.

“Ah, o presidente falou em transparência. Eu falei, sim, em transparência. Então, vamos mostrar as contas e não ficar, como a gente vê notícias por aí, expulsa de lá, tira da comissão, vai retaliar”, criticou. “Não defendo nada, não quero saber de nada. Eu só quero transparência”, acrescentou.

Na última sexta-feira (11), Bolsonaro assinou um requerimento no qual pede que Luciano Bivar apresente a prestação de contas do partido nos últimos cinco anos para tornar públicas informações relevantes sobre as finanças do PSL. Além dele, 21 parlamentares assinaram o documento, como o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

O requerimento será submetido a uma auditoria externa. Dessa forma, os deputados federais do partido poderiam se basear em eventuais irregularidades para solicitar desfiliação da sigla por justa causa, sem que haja perda de mandato.

Em retaliação aos deputados federais que firmaram o documento, o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), formalizou na quinta-feira da semana passada (10) o desligamento de alguns parlamentares do partido de comissões que integravam na Casa. Os afastados foram Filipe Barros (PSL-PR), Carlos Jordy (PSL-RJ), Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Bibo Nunes (PSL-RS) e Alê Silva (PSL-MG). Correio Braziliense