Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados

Em meio à volta de restrições em algumas partes do país para reduzir o contágio pelo novo coronavírus, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quarta-feira (2), que não se pode mais falar em afastamento social depois que a campanha para as eleições municipais foi realizada com aglomerações e não houve “aumento de contaminação” pelo coronavírus no Brasil. A declaração do ministro, entretanto, foi criticada por especialistas. Números também mostram alta nos diagnósticos.

“Se esse vírus se propaga por aglomeração, por contato pessoal, por aerossóis, e nós tivemos a maior campanha democrática que podia ter no nosso país, que é a municipal, nos últimos dois meses. Se isso não trouxe nenhum tipo de incremento ou aumento em contaminação, não podemos falar mais em lockdown, nem nada”, disse Pazuello durante audiência na comissão do Congresso que acompanha medidas de enfrentamento à pandemia.

“Se todo o processo eleitoral dos municípios, com todas as campanhas, aglomerações e eventos, se isso não causa nenhum tipo de aumento de contaminação no nosso país, então não se fala mais em afastamento social”, afirmou o ministro. Na sequência, o ministro da Saúde disse que pode se observar “uma mudança de fluxo” nas estatísticas, mas minimizou a alta de casos.

“É claro que há um pequeno aumento por isso. Desculpe, vou usar outro termo: é claro que há uma mudança de fluxo, de linha da nossa senoide. Coisas acontecem que sobem, coisas acontecem que caem. Isso é observação e conhecimento”, disse. Dados do consórcio de veículos de imprensa divulgados na terça (1º), entretanto, mostram que a média móvel nos últimos 7 dias foi de 38.154 novos diagnósticos por dia, a maior desde 6 de setembro — quando o país chegou a 39.356. Isso representa uma variação de 35% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de alta nos diagnósticos. G1