Foto: Letícia Martins / EC Bahia

Mesmo longe da torcida, o Bahia teve tranquilidade para construir o triunfo contra o Botafogo por 2×1 e mostrar que pode se impor fora de Salvador. O jogo, válido pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro, foi decidido pela solidez defensiva do tricolor e pelos gols de Rafael Ratão e Everaldo, que se tornou o artilheiro do time na competição. Jeffinho marcou para o Botafogo.

Apesar de um início de jogo com diversas chances para as duas equipes, foi o Bahia quem primeiro conseguiu aproveitar os espaços da defesa adversária e abrir o placar. O bom primeiro tempo, no entanto, não se repetiu no início da segunda etapa, quando o Botafogo cresceu na partida e empatou o confronto. Porém, mesmo sendo forçado pelo adversário a recuar, o Esquadrão não se deu por vencido e conseguiu novamente a vantagem no placar.

Com o resultado, o Bahia chega aos 10 pontos e termina a partida ocupando a segunda colocação do torneio, atrás apenas do líder Athletico-PR, com a mesma pontuação. Após cinco jogos disputados e três resultados positivos, o Esquadrão terá mais uma semana para manter a intensidade dos últimos jogos e receber a equipe do Bragantino, no domingo (12), às 18:30, na Arena Fonte Nova.

Eficiência ganha jogo

Em relação ao triunfo contra o Criciúma pela Copa do Brasil, o técnico Rogério Ceni não promoveu mudanças nos onze titulares. Mais uma vez, o comandante repetiu o quadrado de meias formado por Caio Alexandre, Jean Lucas, Everton Ribeiro e Cauly. Mais à frente, Everaldo e Thaciano foram os responsáveis pela última linha do tricolor.

Quando Thaciano deu o pontapé inicial, o relógio não precisou marcar nem cinco minutos para os visitantes mostrarem ao Botafogo que o Bahia iria dar trabalho. Logo nos minutos iniciais, foram duas chegadas do Esquadrão. Apesar dos lances não demonstrarem perigo, o tricolor mostrou que com poucos toques era possível infiltrar a defesa rival.

O Botafogo também não teve dificuldade para avançar pelo lado esquerdo da defesa do Esquadrão. Foi nesse setor, inclusive, que Luiz Henrique recebeu sozinho nas costas de Caio Alexandre e mandou com categoria para o gol. Como o camisa sete do alvinegro estava adiantado, foi marcado o impedimento.

Defensivamente, o tricolor montou duas linhas de quatro e uma com dois jogadores, quando a posse estava com os mandantes. Os responsáveis por ocupar essas funções mudavam de acordo com o que o jogo pedia. Por vezes, Thaciano e Everaldo eram os homens mais avançados, já em outras oportunidades, os dois se separavam para os lados dos campos, dando espaço para Cauly e Everton Ribeiro subirem. Nessa estrutura, até Jean Lucas chegou a aparecer mais avançado.

Quando tinha a bola, o Bahia optou por iniciar a construção a partir de uma linha de três, com Luciano Juba postado à esquerda para dar qualidade no passe. Do outro lado, Santiago Arias teve mais liberdade para apoiar no último terço, principalmente pelos espaços deixados pelo Botafogo nessa faixa do campo. Foi dessa forma, inclusive, que aos 19 minutos, o lateral colombiano tabelou com Everaldo e recebeu livre dentro da área. No entanto, a cavadinha do camisa quatro passou longe de carimbar as redes.

Mesmo quando inicia as jogadas pelos flancos, por característica, o Esquadrão tende a centralizar as jogadas. Esse comportamento acontece para explorar o melhor do Bahia, ou seja, as triangulações rápidas e a qualidade de seus meias. No entanto, o jogo associativo encontrou dificuldades em meio ao ferrolho alvinegro, muito por conta da marcação encaixada em Cauly e Everton Ribeiro e pelo primeiro tempo discreto do camisa oito, que não teve muitas oportunidades para romper as linhas do adversário, como costuma fazer com um passe em profundidade ou avançando em velocidade.

Nos últimos 15 minutos da primeira etapa, o jogo já tinha esfriado e as duas defesas tinham se ajustado às dinâmicas de seus adversários. O Botafogo começou a encontrar dificuldades para avançar e o Esquadrão não deixou o ritmo cair, tanto que chegou com muito perigo aos 37 minutos. No lance, Cauly conseguiu se desvencilhar da marcação e iniciar uma rodada de tabelas que terminaram no cruzamento de Arias para Everaldo cabeçear com força. Para o lamento do camisa nove, o goleiro John estava no lance e impediu o gol com uma grande defesa.

Poucos minutos depois, uma nova chegada com perigo do Esquadrão. Mais uma vez, Arias recebeu dentro da grande área e chutou em direção ao gol, porém a trajetória da finalização passou pelo cotovelo do lateral Hugo. Após revisar o lance no VAR, Rafael Rodrigo Klein apitou o pênalti. Aos 47 minutos, Everaldo cobrou com categoria no ângulo esquerdo de John, abrindo o placar para o tricolor dentro do NIlton Santos. 1×0 Bahia.

O gol, além de marcar a superioridade do Bahia, marcou o fim da primeira etapa. Na volta do intervalo, o comandante tricolor não promoveu alterações. Do outro lado, Artur Jorge tirou Hugo, responsável pelo pênalti, e promoveu a entrada de Cuiabano. Logo no primeiro lance da segunda etapa, o Botafogo teve mais um gol anulado por impedimento. Damián Suárez recebeu lançamento livre pela direita e mandou para o miolo da área. No entanto, a posição adiantada do lateral impediu qualquer grito de comemoração dos torcedores cariocas após Júnior Santos completar para o fundo das redes.

Apesar de não conseguir empatar, o gol anulado representou a crescente da equipe mandante na partida. O Botafogo reivindicou o domínio da posse, forçando o Bahia a recuar suas linhas. Vendo o adversário gostar do confronto, Rogério tirou Everaldo e Everton Ribeiro para colocar Rezende e Ademir em campo. No entanto, as mudanças não conseguiram reverter o bom momento do adversário. Foi justamente nesta crescente que Jeffinho recebeu dentro da área, dominou com a esquerda e finalizou de voleio para fazer o 1×1, empatando o jogo.

Com a queda de rendimento, Ceni montou o Bahia com Rezende entre as duas linhas de quatro e Cauly mais avançado. Porém, nem quando Biel e Ratão entraram, o Esquadrão conseguiu reverter o cenário desfavorável e impedir o ímpeto do Botafogo. Dessa vez, explorando mais o lado direito da defesa tricolor, os rivais tomaram conta da partida, deixando os visitantes acuados para avançar.

Contudo, aos 40 minutos, Carlos De Pena resolveu acabar com a inércia do Bahia e mostrar a efetividade tricolor. O camisa 14 puxou a bola para o meio e realizou um lançamento rasteiro com toda a qualidade para rasgar as linhas do Botafogo e encontrar Rafael Ratão. O atacante saiu livre e só precisou tirar o goleiro John para finalizar em direção ao 2×1.

O Botafogo até se lançou ao ataque para tentar um novo empate, mas a eficiência do ataque tricolor e a solidez defensiva da equipe de Rogério Ceni impediram que os comandados de Artur Jorge conseguissem somar pontos no Nilton Santos. Assim, após os sete de acréscimos, foram os torcedores do Bahia que puderam gritar aliviados “mais um, Bahia”. Correio da Bahia