Foto: Correio da Bahia

Nos seis primeiros meses deste ano, foram registrados 985 assaltos a ônibus em Salvador, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Os casos ocorreram em vias urbanas e também em rodovias que cortam a capital. De acordo com a SSP, os dados são referentes aos meses de janeiro a junho. Nesse período, a média foi de cinco assaltos por dia.

Em todo o ano de 2018, foram registrados 2.033 assaltos a ônibus em Salvador. A maioria dos assaltos é registrada no início da manhã ou no final da tarde, quando há o maior fluxo de passageiros nos ônibus tanto nas vias urbanas, como nas rodovias como a BR-324, principal via que liga Salvador a cidades vizinhas e da região metropolitana, como Simões Filho, Dias D’Ávila e Camaçari.

“Eles entram com arma em punho, dispostos a matar ou morrer”, disse um passageiro que preferiu não se identificar. A assistente de departamento pessoal Jéssica Araújo conta que evita sair com objetos de valor para não chamar a atenção dos assaltantes. “A gente às vezes não sai com relógio, com celular, justamente por causa dessa condição insegura de todo dia, sai de casa e não sabe se volta”, relatou.

Por meio de nota, a Polícia Militar informou que realiza o trabalho preventivo e repressivo de forma ostensiva durante 24 horas em Salvador e região metropolitana. As unidades de cada região ainda contam com o apoio de especializadas como a Rondesp, Operação Gêmeos, Operação Apolo e Esquadrão Águia.

Segundo a PM, faz parte do trabalho preventivo as abordagens a ônibus, pontos e passarelas. Ainda conforme a instituição, a Operação Gêmeos, unidade especializada no combate a roubo em coletivos, tem desenvolvido constantes abordagens preventivas em pontos de ônibus e nos ônibus.

As ações, informou a Polícia Militar, têm como base horários, linhas e locais registrados nas delegacias pelos usuários que foram vítimas de assalto. Portanto, A PM ressalta a importância do cidadão fazer o registro na delegacia, já que a corporação trabalha em parceria com a Polícia Civil, responsável pela investigação dos crimes.

Moradores de Dias D’Ávila, cidade a cerca de 59 km de Salvador, que precisam ir à capital baiana todos os dias para trabalhar, contam que já foram alvo de assaltantes e que ainda vivem assustados, preocupados com as ações criminosas. “Já perdi um relógio dourado e dois celulares. Ninguém toma providência e a gente fica a ver navios”, contou o estoquista Lourival Silva.

Já o o caldeireiro Anderson Pereira destacou que na saída para o trabalho, as pessoas já ficam com medo de assaltos. “Nos horários de 6h, 6h30 a galera [os passageiros] já vem com medo de entrar alguém e tocar o terror. Eles xingam, dão tapa, chute”, disse.

Depois de sofrer quatro assaltos na região da BR-324, a funcionária pública Sandra Cruz diz saber como agir e aconselha os demais passageiros. “Meu conselho é não resistir. O último assalto que eu sofri, uma senhora resistiu, eu tive que tomar a bolsa dela e entregar ao ladrão. Ela desmaiou na hora, acho que ficou paralisada”, contou. G1