Marcelo Camargo/Agência Brasil

No primeiro ano de governo do presidente Jair Bolsonaro, o número de agrotóxicos liberados para o uso no plantio alcançou patamar recorde: o maior dos últimos dez anos. O levantamento feito pelo Greenpeace com dados disponibilizados pelo Ministério da Agricultura mostra que, em 2010, 104 tipos de agrotóxicos eram permitidos.

Só entre janeiro e novembro deste ano, foram liberados outros 439 – número superior ao então recorde atingido no governo Michel Temer, de 422 produtos em doze meses. O Ministério da Agricultura só possui dados a partir de 2010. A pesquisa identificou o aumento de 322% na aprovação de novos agrotóxicos.

O resultado inclui os 57 produtos autorizados na quarta-feira (27) pelo governo Bolsonaro, mesmo depois de acatar a decisão da Justiça de banir 63 pesticidas. Em nota, o Greenpeace afirmou que a nova leva de produtos liberados “reforça o descaso do ministério”, segundo informações do UOL, já que a maior parte deles representa um perigo à saúde humana e ao meio ambiente.

Mais de 1/3 dos agrotóxicos liberados são proibidos na União Europeia. Entre eles, o Acefato, que foi vetado em 2003 por suspeita de interferir na fertilidade masculina. Outro é o Diafentioruom, este ainda mais perigoso. A substância encontrada nele foi associada a morte de 20 pessoas e intoxicação de outras 800, que trabalhavam em uma lavoura de algodão na Índia.