De barco, pescadores que moram no município de Caravelas, no extremo sul da Bahia, monitoram o mar da região, por conta própria, para tentar limpar manchas de óleo da água e evitar que os fragmentos cheguem nas praias.

A tática adotada pelos pescadores tem o objetivo de evitar que a substância chegue na areia das praias e se espalhem. Outra preocupação dos moradores é de que o óleo alcance os manguezais.

“A gente tem andado para que se uma possível mancha de óleo chegar, a gente possa conter ela dentro da água, para que a gente possa manobrar ela da nossa forma, para que ela não chegue a praia à se espalhe em fragmentos, e fique ruim para a retirada”, explicou o pescador Carlos Henrique Santos.

Segundo Carlos Henrique Santos, os pescadores estão atuando no mar por cerca de 12 horas por dia. O grupo planeja continuar na ação pelos próximos 40 dias. “Esses 21 dias vão ser incansáveis, talvez 31, 41, e assim nós vamos [continuar] até onde for, mas vamos ser incansáveis em cima desse desastre ambiental que teve”.

As manchas de óleo já atingiram várias praias do extremo sul do estado. Na manhã de quarta-feira (20), banhistas que estavam na praia do Rio Preto, em Belmonte, registraram a chegada de uma fragmento do óleo que atinge as praias do Nordeste do país.

O local foi limpo no mesmo dia. O município conta com apoio de militares da operação “Amazônia Azul – Mar limpo é vida”, que ajudam na limpeza e monitoramento da manchas de óleo no Nordeste.

Em 12 de novembro, fragmentos de óleo já tinham retornado às praias do Guaiu e de Mogiquiçaba, que ficam entre os municípios de Santa Cruz Cabrália e Belmonte. O local também já passou por limpeza.

Segundo a Marinha do Brasil, aproximadamente 4,5 mil toneladas de resíduos de óleo foram retirados das praias nordestinas, desde o aparecimento das manchas, em agosto deste ano, até esta quarta-feira (20).

Outros fragmentos

Novos fragmentos de óleo também voltaram a aparacer, na segunda-feira (18), em praias dos municípios de Prado e Caravelas, que ficam na mesma região. Conforme a Marinha, uma equipe com 60 homens foi para o local, no domingo (17), para reforçar a limpeza nos locais.

Segundo informações da Prefeitura de Prado, a substância foi encontrada nas praias de Corumbau e Cumuruxatiba. Além desses locais, a praia do Centro da cidade também foi atingida pelos fragmentos pela primeira vez.

Na última sexta-feira (15), a praia de Cumuruxatiba já tinha registrado fragmentos de óleo. As substâncias foram encontrados na praia de Ponta de Corumbau, segundo informações da Divisão do Meio Ambiente do município.

Desde quarta (13), foram recolhidos pelo menos 3 toneladas de óleo da Praia do Rio do Peixe. Na quinta (14), novas manchas apareceram na praia de Cumuruxatiba, e, com isso, o número subiu para 5 toneladas retiradas da substância.

Na praia de Corumbau, cerca de 3 tonéis de óleo foram retirados ainda na sexta e foram levados para um galpão da prefeitura.

A substância começou a aparecer na Bahia no início de outubro. Ao menos 31 cidades baianas e o Parque Nacional de Abrolhos já foram atingidos. O Governo do Estado decretou situação de emergência. G1