O Peru proporá ao Grupo de Lima romper as relações diplomáticas com a Venezuela e proibir a entrada de todos os membros da cúpula do governo de Nicolás Maduro nos países do bloco, informou o chanceler peruano, Néstor Popolizio. “Como não reconhecemos as eleições [venezuelanas], a consequência natural é propor como uma das ações a ruptura das relações diplomáticas com a Venezuela”, disse Popolizio.

 

O Grupo de Lima foi criado por iniciativa do Peru em agosto de 2017 e é integrado por 14 países, incluindo o Brasil e Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Guiana e Santa Lucía. As medidas, se aprovadas, serão a mais contundente ação do grupo de Lima por reformas democráticas na Venezuela.

 

O Peru levará essas propostas a uma reunião com o bloco programada para o dia 19 de dezembro em Bogotá, na Colômbia, disse o ministro peruano. Segundo ele, está sendo organizado ainda um encontro dos 14 chanceleres do bloco para janeiro. Popolizio afirmou que as propostas visam a pressionar pelo fim da ditadura de Nicolás Maduro. Herdeiro político de Hugo Chávez, ele iniciará um novo mandato de seis anos a partir de janeiro de 2019.

 

Ele vencer as eleições de 23 de maio, que não foram reconhecidas como legítimas por grande parte da comunidade internacional. Uma medida similar já foi adotada por Estados Unidos, União Europeia e Canadá, destacou o chanceler do Peru, país que recebeu mais de 600 mil migrantes venezuelanos que fugiram da crise política e econômica em seu país.

 

Para Popolizio, mesmo que as medidas não conquistem apoio unânime dos 14 integrantes do grupo, serão suficientes como gesto de fortalecimento da oposição venezuelana. “O que nós queremos é que haja importante pressão internacional para levar à mobilização da oposição, estabelecer um mecanismo de transição e encerrar o regime de Maduro”, disse o chanceler em entrevista a jornalista.

 

Maduro acusa o Grupo de Lima de fazer parte de uma conspiração internacional, liderada pelos Estados Unidos, para derrubar seu governo e controlas as reservas de petróleo do país. Popolizio reiterou que tanto o Peru quanto o Grupo de Lima são contrários à intervenção militar como ferramenta para tirar Maduro do poder. Folhapress