Foto: Adriana Oliveira/TV Bahia

Uma pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou que 289 mil pessoas perderam o trabalho em Salvador nos três primeiros meses do ano. O levantamento foi realizado em sete capitais brasileiras, entre abril e maio. “As famílias que têm renda familiar mensal até R$ 2,1 mil são as que estão mais sendo afetadas, tiveram mais perda de emprego. Tem 20% das famílias dizendo que alguém da família perdeu emprego. É um impacto muito forte porque essas famílias não têm um dinheiro guardado”, analisa Viviane Seda, economista da FGV.

Os dados reforçam o número divulgado na sexta-feira (15), na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo este estudo, a taxa de desocupação de Salvador ficou em segundo lugar no ranking entre as capitais brasileiras, com 17,5%, atrás apenas de Manaus (AM), com 18,5%.

De acordo com o IBGE, a Bahia registrou a maior aumento na taxa de desocupação do Brasil no primeiro trimestre de 2020. O número de pessoas procurando trabalho no estado chegou a 1,3 milhão. A situação é refletida na quantidade de seguros-desemprego solicitados. Em abril, foram feitos 34.681 mil pedidos, 23% a mais que o mesmo período de 2019, quando foram contabilizadas 28.219 solicitações.

“O nosso trabalho é atender esse trabalhador para que ele tenha esse recurso em mãos, seja atendido de forma incansável por nós e consiga esse requerimento para poder sobreviver”, diz Gleide Góis, superintendente regional do trabalho na Bahia.

O trabalhador pode solicitar o seguro-desemprego através do e-mail [email protected] ou pelo telefone (71) 3329-8402. Também há um aplicativo, chamado CTPS Digital, em que o profissional pode dar entrada no requerimento do benefício.

Um dos trabalhadores que solicitaram o auxílio foi o autônomo Robert, que perdeu o emprego em março. Ele relata a dificuldade para se manter durante esse período de pandemia. “Ficamos lá, deram desculpa de que não dava mais para ficar com a gente por causa da epidemia e não tinha condição de arcar com as despesas”.

“Graças a Deus, a gente tem família, amigos. No bairro que eu moro, Sussuarana, a gente se cadastrou para receber cesta básica. Estamos recebendo. Estou devendo dois dois meses de aluguel, água, luz. Quando a família ajuda, a gente paga uma água, uma luz. Se não fosse a família, nossos amigos, nós estávamos passando dificuldade”, diz o trabalhador. G1