Agência Brasil

O PIX, sistema de pagamentos instantâneos implantado em novembro de 2020, já tem a adesão de 71% dos brasileiros e sua aprovação cresceu 9 pontos, passando de 76% para 85% em 12 meses. É o que mostra a quarta edição da pesquisa Radar Febraban, realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) para a Federação Brasileira de Bancos. Conforme o levantamento, entre os jovens de 18 a 24 anos, a aprovação ao PIX alcança quase a totalidade dos entrevistados (99%).

Na faixa de 25 a 44 anos, o percentual é de 96%. A aprovação também é de 90% ou mais entre quem tem ensino médio (90%) e ensino superior (92%); e na faixa de renda de mais de cinco salários mínimos (90%). Já os que têm 60 anos ou mais mostram-se os menos entusiasmados com o PIX, com aprovação de 65%.

A pesquisa mostra também que o número de entrevistados que já foram vítimas golpes ou tentativas de fraude manteve-se estável no comparativo entre o levantamento de setembro (21%) e o atual (22%). O público com mais de 60 anos é o mais vulnerável (30%). Dentre os que foram vítimas ou sofreram tentativa de golpe, pouco mais de dois terços (69%) nunca caíram na fraude, enquanto 30% chegaram a cair e a perder dinheiro.

A clonagem de cartão de crédito ou troca de cartões (48%, ou dois pontos a menos que em setembro) segue como o golpe mais comum. O golpe da central falsa, em que alguém pede seus dados por telefone passou de 18% em setembro para 28% em dezembro. Esse tipo de ocorrência é mencionado principalmente na faixa de 45 a 59 anos (39%). Em terceiro lugar, destaca-se o golpe do WhatsApp, em que alguém se passa por um conhecido solicitando dinheiro, com 24% (três pontos a mais que em setembro).

“O papel informativo do setor bancário no alerta e orientação aos consumidores em relação aos golpes é destacado por mais da metade dos entrevistados que já receberam materiais de comunicação de bancos e outras entidades a esse respeito”, diz a Febraban. “É praticamente unânime (96%) a atribuição de importância a esse tipo de informação para a prevenção e combate a tais ocorrências”, acrescenta.

Preocupação com inflação

Realizada no período de 19 a 27 de novembro, com 3 mil entrevistados em todas as cinco regiões do País, a quarta edição do Radar Febraban também avaliou a evolução da expectativa dos brasileiros sobre situação da economia e consumo e bancos. Segundo o levantamento, a recente alta da inflação prejudica a alimentação e o consumo diário para quase 70% dos entrevistados; já 42% avaliam que o principal impacto da inflação é no preço do combustível.

“Em caso de melhora da situação financeira e sobra de recursos do orçamento doméstico, a principal opção de investimento dos entrevistados é a compra de imóvel: 35%, sendo este o maior percentual desde o início da série histórica. Em seguida, vêm os investimentos bancários (22%), a reforma da casa (18%) e a aplicação na poupança (18%)”, diz a nota da Febraban.

“A pesquisa revela que a percepção sobre a inflação tem peso relevante pelo impacto direto no poder de compra e na qualidade de vida da população, mas por outro lado, sugere ainda que o desejo dos consumidores em comprar imóvel em 2022 pode animar o setor imobiliário no próximo ano”, aponta o cientista político e sociólogo Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, na nota.

O Radar Febraban revela ainda que a confiança nos bancos passou de 60% em setembro para 58% no levantamento atual. A confiança nas fintechs caiu de 59% para 56%. Quanto às empresas privadas em geral, a confiança manteve-se em 54%.

“O nível de satisfação da população bancarizada com o atendimento prestado pelos bancos manteve praticamente o mesmo patamar de setembro, indo de 71% para 70% – muito satisfeitos 11% e satisfeitos 59%”, destaca a entidade. Já 27% dos entrevistados dizem-se insatisfeitos com o atendimento bancário – muito insatisfeitos (7%) e insatisfeitos (20%). G1