Os dois policias militares envolvidos na morte do empresário espanhol Márcio Pérez, de 42 anos, baleado durante uma perseguição policial, se apresentaram na tarde desta última quinta-feira (20), à Corregedoria da Polícia Militar, no bairro da Pituba, em Salvador. A prisão preventiva deles foi decretada na quarta-feira (19), mais de três meses após a morte de Márcio Pérez. O espanhol foi morto em setembro deste ano.

 

Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), Maurício Correia dos Santos e Saulo Reis Queiroz foram encaminhados para a realização do exame de corpo de delito, no Departamento de Polícia Técnica (DPT). Os policiais serão levados para a Coordenação de Custódia Provisória, no Presídio na Mata Escura segundo informações do G1.

 

A SSP informou que os policiais podem voltar a ser ouvidos antes do encaminhamento do inquérito ao Ministério Público, que deve acontecer na próxima semana. O caso aconteceu no Costa Azul, bairro classe média da capital, na noite de 17 de setembro. O caso também é acompanhado pelo MP-BA e Consulado da Espanha. Márcio Pérez estava na porta da casa onde morava, no bairro do Costa Azul, quando começou a ser perseguido.

 

O economista estava com uma amiga. A mulher e outras testemunhas contaram que os policiais se aproximaram, com o giroflex desligado, e começaram a atirar. Assustada, a vítima teria iniciado uma fuga. Durante a perseguição, Márcio foi baleado e bateu o carro em uma árvore. A amiga da vítima ficou ferida. Ambos foram socorridos para um hospital da região pelos PMs.

 

Na ocasião, os agentes relataram apenas que as vítimas tinha sofrido um acidente de trânsito. Somente depois, os médicos descobriram que Márcio havia sido baleado. Em depoimento, os policiais militares alegaram que estariam perseguindo criminosos e acabaram se deparando com o carro de Márcio, que tinha as mesmas características do veículo dos bandidos.

 

O advogado da família de Márcio, Paulo Carneiro, diz que a versão dos policiais militares não bate com o que as testemunhas falam. Após a morte, o corpo de Márcio foi velado em Salvador e levado à cidade de Ponte Caldelas, na província de Pontevedra, na Espanha, onde ele nasceu, para ser sepultado. A cerimônia ocorreu no dia 25 de setembro.