A Polícia Civil informou nesta quarta (31) que não foi comunicada pelo Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia de uma possível greve da categoria. Na terça, a entidade enviou um comunicado à imprensa, no qual afirmou que a próxima assembleia da categoria, marcada para esta quinta (1º), poderia deflagrar o movimento paredista.

 

Os policiais podem cruzar os braços em reação a uma portaria baixada pelo delegado-geral da Polícia Civill, que, segundo o sindicato, obriga os agentes a aderirem, de forma compulsória, às diárias e escalas de plantões durante a realização do Carnaval. O vice-presidente da entidade, Eustácio Lopes, classificou a medida como “autoritária” e “desrespeitosa”.

 

Ele ainda disse que a portaria tenta impor à categoria uma condição de trabalho “análoga à escravidão” e prometeu entrar com medidas judiciais contra a determinação. “A diária no valor R$ 149 é incompatível com as despesas de alimentação, hospedagem e transporte. Os policiais saem do interior para vir trabalhar na capital e esses valores são totalmente aviltantes. Os servidores acabam dormindo em viaturas e colégios”.

 

“O governo, ao invés de sentar para negociar e corrigir os valores pagos, institui uma portaria que tem como objetivo ameaçar a categoria”, atacou. Em resposta, a assessoria da polícia disse estranhar a manifestação da entidade. “[…] Representantes do sindicato estiveram reunidos com o delegado-geral, Bernardino Brito ontem e, durante o encontro, não houve nenhuma tratativa sobre a intenção de paralisação durante o Carnaval 2018. As reivindicações apresentadas pelos representantes de classe serão observadas com o tempo devido”, afirmou o comunicado.

 

A corporação ressaltou, ainda, que o pagamento das diárias do Carnaval está mantido e que a portaria questionada pelo Sindpoc trata da obrigação de o policial comparecer quando for convocado a prestar serviço, como previsto na lei. “A Polícia Civil e a sociedade acreditam na responsabilidade e no compromisso de cada servidor que respeita e abraça a causa da instituição, principalmente em momentos sensíveis como o período de Carnaval”, enfatizou o delegado-geral.