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A base do governador Rui Costa (PT) na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) freou a representação por quebra de decoro parlamentar contra o então deputado estadual Pastor Sargento Isidório (Avante) em 2016.

A ação apresentada em maio de 2016 pela deputada Fabíola Mansur (PSB), após Isidório ter divulgado um vídeo no qual “cheira” a vagina da mãe, denominada por ele como a “santa cocotinha”, foi segurada por conta da proximidade com a eleição em Salvador.

Às vésperas do pleito municipal, no qual o pastor foi lançado candidato pela base de Rui, o então relator da representação na AL-BA, Adolfo Menezes (PSD), pediu que Fábiola deixasse de fazer pressão para que a denúncia chegasse à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Casa.

A deputada entendia que Isidório desrespeitou, com o vídeo, o artigo 282 da Constituição estadual, que impede a veiculação de mensagens que atentem contra a dignidade da mulher. Antes de ir ao colegiado de ética, qualquer representação precisa ser enviada e aprovada pela mesa diretora da AL-BA, o que nunca ocorreu.

Na atual legislatura da AL-BA, a comissão de decoro parlamentar é presidida por Jurandy Oliveira (PP). Apesar de ter deputados designados para trabalho, o colegiado nunca se reuniu. O conselho é uma comissão especial que funciona somente quando a Mesa Diretora direciona algum problema relativo a quebra de ética e decoro dos parlamentares.

A última representação foi a apresentada por Mansur. Possíveis denúncias não faltam, lembraram deputados estaduais ouvidos pelo Bahia Notícias. Somente neste ano, o gabinete de Marcell Moraes (PSDB) se envolveu em um suposto caso de agressão a uma mulher, enquanto o movimento paredista de um grupo de policiais militares liderado por Soldado Prisco (PSC) será investigado pelo Ministério Público.

Nenhum dos casos deve virar representação à mesa diretora. Parlamentares ouvidos lembram que a AL-BA preza pelo ambiente coorporativista em que os deputados mantêm solidariedade uns com os outros. (Bahia Notícias)