Um levantamento divulgado nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que a produção industrial baiana de março deste ano teve o maior recuo do país, em comparação ao mesmo mês de 2020.

De acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) Regional do IBGE, que investigou 15 locais, a produção industrial baiana recuou teve índice de -18,3% em março deste ano, em comparação a março de 2020. Pelo segundo mês consecutivo, o estado teve a maior retração do país nesse comparativo, em um desempenho muito pior do que o nacional, onde houve alta (10,5%).

O segundo colocado entre os maiores recuos da produção industrial do país, entre março deste ano e março de 2021, foi o Rio de Janeiro, com índice de -4,8%, quase quatro vezes menor que a da Bahia. O IBGe destacou que, além de refletir os efeitos econômicos da pandemia, o resultado de março de 2021, na comparação com o mesmo mês de 2020, mostra que o desempenho da indústria automobilística teve influência determinante no índice.

O setor fabril da Bahia segue com produção muito aquém da verificada antes do início da pandemia da Covid-19 — Foto: IBGE

A fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias teve o seu pior mês de março desde o início da série histórica do IBGE, em 2003, com queda de -96,4% frente à produção de março de 2020. No período, 10 dos 15 locais investigados na pesquisa tiveram crescimento da produção industrial, com destaque para Santa Catarina (36,5%), Amazonas (22,5%) e Rio Grande do Sul (21,0%).

Além disso, segundo o órgão, a produção industrial da Bahia recuou -6,2%, em março deste ano, frente a a fevereiro. Segundo o IBGE, foi o quarto recuo consecutivo para o estado nesse comparativo. Foi também o pior março para a indústria baiana em geral, desde o início da série histórica do IBGE.

Produção industrial da BA cai de fevereiro para março e tem maior recuo do país frente a março de 2020 — Foto: IBGE

A pesquisa apontou ainda que a queda da produção industrial baiana, de fevereiro para março deste ano, foi bem mais intensa do que a registrada no país como um todo (-2,4%) e a 3ª maio entre os 15 locais investigados pela PIM-PF. Ficou acima apenas dos resultados verificados no Ceará (-15,5%) e no Rio Grande do Sul (-7,3%). Apenas seis dos 15 locais pesquisados tiveram aumento da produção industrial entre fevereiro e março, liderados por Amazonas (7,8%), Pará (2,1%) e Minas Gerais (1,7%).

O IBGE também apontou que, no acumulado dos três primeiros meses de 2021, frente ao mesmo período do ano anterior, a produção industrial baiana também teve forte recuo (-17,9%), o maior do país. O desempenho da indústria nacional está positivo nesse indicador (4,4%).

Nos 12 meses encerrados em março, a indústria na Bahia caiu -11,2%, sendo o segundo pior resultado dentre os locais pesquisados, acima apenas do Espírito Santo (-12,7%). Nesse indicador acumulado, a produção industrial do Brasil como um todo também recua (-3,1%).

Quedas em veículos e derivados de petróleo puxam a produção baiana para baixo

Segundo a pesquisa do IBGE, o recuo na produção industrial da Bahia na comparação com março de 2020 (-18,3%) se deu por conta da terceira queda seguida na indústria de transformação (-20,0%). Por outro lado, a indústria extrativa (18,8%) apresentou resultado positivo após oito recuos consecutivos.

Apesar da queda geral no mês, houve retrações em apenas cinco das 11 atividades da indústria de transformação investigadas separadamente no estado, com destaques para a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-96,4%) e a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-34,0%).

O IBGE destaca que essas atividades foram as que mais puxaram a produção industrial baiana como um todo para baixo, pelo terceiro mês consecutivo. Entre as seis atividades industriais baianas com aumento de produção em março de 2021, em ralação ao mesmo mês de 2020, os principais destaques foram a fabricação de outros produtos químicos (15,4%) e a preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (58,4%), que também apresentou a maior taxa positiva. G1