O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) anunciou no final da noite desta quinta-feira (22), que o futuro ministro da Educação será o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, filósofo e professor emérito da Escola de Comando e estado-maior do Exército. A oficialização de Rodríguez acontece após uma reação negativa da bancada evangélica ao nome de Mozart Neves Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna.

 

Segundo o UOL apurou, integrantes da cúpula do PSL, partido de Bolsonaro, davam como certa a indicação de Mozart para o MEC. A divulgação do nome pela imprensa, no entanto, desagradou a bancada evangélica. Uma das principais reivindicações contra a indicação de Mozart para o cargo seria a falta de alinhamento dele com o projeto Escola Sem Partido.

 

Rodríguez é professor associado aposentado da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora). Formado em filosofia pela Universidade Pontifícia Javeriana e em teologia pelo Seminario Conciliar de Bogotá, é mestre em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e doutor, também em filosofia, pela Universidade Gama Filho. Realizou uma pesquisa de pós-doutorado no Centro de Pesquisas Políticas Raymond Aron, em Paris.

 

Em sua conta no Twitter, Bolsonaro afirmou que o futuro ministro da Educação tem “ampla experiência docente e gestora”.  Rodríguez criou uma página profissional no Facebook no dia 5 de novembro. Sua única postagem até o momento leva para um blog onde ele dá um “roteiro” para o MEC e fala sobre sua indicação ao ministério.

 

Segundo ele, uma das pessoas que levou seu nome a Bolsonaro foi o “professor e amigo” Olavo de Carvalho. “Aceitei a indicação movido unicamente por um motivo: tornar realidade, no terreno do MEC, a proposta de governo externada pelo candidato Jair Bolsonaro, de 'Mais Brasil, menos Brasília'”, escreveu, em texto publicado no dia 7 de novembro.

 

Rodríguez diz ainda que apostou “desde o início no candidato Bolsonaro” e afirma enxergar para o MEC uma tarefa “essencial”: recolocar o sistema de ensino básico e fundamental a serviço das pessoas, e não como “opção burocrática sobranceira” aos interesses dos cidadãos. No texto, Rodríguez também critica o que chama de “ideologia marxista”, que segundo ele tem entre suas “invenções deletérias” a “educação de gênero”.

 

Além de Mozart, Bolsonaro chegou a cogitar o nome do procurador Guilherme Schelb para o cargo. Vélez Rodríguez foi chamado nesta quarta-feira (21) ao CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), sede do governo de transição, em Brasília, após reações negativas à divulgação de notícias de que Bolsonaro havia escolhido o educador Mozart Neves Ramos para comandar a pasta. (*Colaborou Gustavo Maia, de Brasília)