Foto: Renan Olaz/Câmara Municipal

As promotoras Simone Sibílio e Leticia Emile, promotoras do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) responsáveis por cuidar do caso Marielle Franco, foram exoneradas do cargo. A informação foi publicada no boletim interno e deve ser oficializada na próxima segunda-feira. Fontes ligadas ao órgão afirmam que elas entregaram os postos pelo risco de interferências externas na investigação. Elas estavam à frente do caso desde 2018.

A vereadora Marielle Franco foi assassinado naquele ano, no dia 14 de março, junto com o seu motorista naquela noite, Anderson Gomes. O procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, não se pronunciou sobre a saída das promotoras, segundo informações do Globo.

No mês passado, a Polícia Civil do Rio de Janeiro apresentou ao procurador-geral a oferta de uma delação premiada da viúva do ex-capitão da Bope e miliciano Adriano da Nóbrega, Júlia Lotufo. Ela compartilharia detalhes das atividades criminosas da milícia, mas o acordo ainda não foi homologado pela Justiça. Atualmente ela segue em prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica.

O ex-PM foi morto em confronto com a polícia em fevereiro de 2020, escondido na cidade de Esplanada, na Bahia. A viúva de Adriano teria pistas sobre os mandantes do assassinato de Marielle, supostamente cometido pelo também ex-PM, Ronie Lessa. Juliana teria sido apresentada às promotoras da Força-Tarefa, mas a conversa não andou.

De acordo com as fontes do MPRJ, as promotoras da Força-Tarefa do Caso Marielle e o titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Moysés Santana, ficaram de fora da negociação sobre a colaboração de Júlia. Sem saber dos detalhes sobre o processo, o promotor da 1ª Vara Especializada teria dificuldades de conseguir verificar as pistas trazidas pela viúva do miliciano, homenageado por Flávio Bolsonaro na Alerj.