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Dos cinco tremores de terra registrados na Bahia neste ano, quatro aconteceram em Jacobina, no norte do estado, conforme foi informado pelo Laboratório Sismológico (LabSis), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Apesar de já estarem acostumados com a situação, os moradores se assustaram com um tremor registrado na segunda-feira (16), de 2.7 de magnitude.

“Eu escutei um estrondo, levantei rapidamente para ver o que tinha acontecido e encontrei outros moradores também assustados com o que tinha acontecido. Foi uma sensação de medo, achei que a casa estava caindo”, contou o açougueiro Ramon Alves da Silva.

Desde que o laboratório sismológico foi instalado na região, em fevereiro de 2021, 100 tremores de terra foram registrados em Jacobina até terça-feira (17).

Em 2022, 23 abalos sísmicos foram registrados no nordeste, sendo 18 na Bahia. Deste número, 11 foram em Jacobina, 5 em Jaguarari, um em Campo Formoso e um em Curaçá, todos municípios do norte do estado.

Segundo o coordenador do LabSis, Anderson Nascimento, os terremotos são as consequências da reativação das falhas geológicas e não há como saber se eles irão evoluir para abalos mais fortes.

“Não é possível saber como fazer a evolução, ou seja, não temos como prever se vai haver um terremoto maios, nem quando ou onde ele irá ocorrer”, explicou.

Alguns moradores acreditam que o abalo sísmico da segunda-feira está relacionado a mineração na cidade.

“Pode ser algo ligado a mineração, porque o barulho foi alto, o chão vibrou. A gente nunca tinha sentido isso na vida”, afirmou um dos moradores, que não quis ser identificado.

Segundo o coordenador do laboratório, não é possível afirmar uma relação entre a atividade mineradora e os terremotos. A Defesa Civil da cidade informou que quando há abalos sísmicos na região, solicita que a empresa mineradora envie relatórios de atividades. No caso dos moradores, a Defesa Civil pode fazer vistorias nas casas caso seja solicitado. G1