O PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, fechou apoio à reeleição de Rodrigo Maia (DEM) para a presidência da Câmara. “O Rodrigo Maia se comprometeu a pautar todas as coisas da nossa campanha”, afirmou o presidente da legenda nacional, Luciano Bivar (PSL) à reportagem do Folhapress. Segundo ele, Maia também teria prometido ceder ao partido a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

 

A CCJ é a mais prestigiada e disputada da Casa, por onde passam todas as matérias para análise constitucional. O PSL tem a segunda maior bancada, com 52 de 513 deputados, e pretende chegar à primeira após a janela partidária. Além disso, devem ficar também com o PSL, segundo Bivar, a segunda vice-presidência e a presidência da Comissão de Finanças.

 

Segundo Luciano, o acordo foi fechado em reunião na residência oficial da presidência da Câmara. Maia tem articulado para se manter por mais dois anos na presidência da Casa. Outro partido que participará do bloco formado por ele é o PRB, sigla de seu até então principal adversário na disputa, João Campos. A legenda, que teve 30 deputados eleitos em 2018, deve ficar com a primeira vice-presidência da Casa, ocupada hoje pelo MDB.

 

O nome preferido para ocupar a cadeira é o do presidente do partido, Marcos Pereira (SP). A candidatura de João Campos vinha sendo construída com base na imagem de que o deputado seria o candidato de Jair Bolsonaro. Com a adesão do partido do presidente a Maia, correligionários dizem que ela se torna insustentável.

 

Além disso, sua pretensão de concorrer à presidência da Casa teria sido minada quando o filho de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) comunicou ao deputado que o governo não poderia apoiá-lo publicamente, durante a reunião da bancada com o presidente em dezembro, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil).

 

De acordo com pessoas ouvidas pela reportagem, Bolsonaro teria achado arriscado apoiar um candidato publicamente, já que Maia se articulava para arregimentar partidos em volta de si. Uma derrota na Câmara no início do governo poderia inviabilizar a aprovação de pautas prioritárias para o Executivo.

 

SENADO

Além da Câmara, Bivar disse estar preocupado com a sucessão da presidência do Senado e defendeu o lançamento de candidatura própria do partido, do senador eleito Major Olímpio (SP). Segundo Olímpio, a decisão ainda não está tomada. “Desde ontem quando ele me deu uma intimada eu ainda estou bambeando o joelho, fiquei de examinar”, disse.

 

Ele afirma que há a intenção na Casa de construir um bloco de oposição à candidatura de Renan Calheiros (MDB-AL) e que chegou a conversar com pré-candidatos como Tasso Jereissati (PSDB-CE), Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Esperidião Amin (PP-SC) sobre a possibilidade de uma candidatura unificada. “Nenhum deles se mostrou intransigente”, diz o senador eleito.