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Em delação premiada à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, apontado como motorista do carro usado no atentado contra Marielle Franco e preso desde 2019, relata que houve uma tentativa frustrada de matar a vereadora ainda em 2017. Marielle e o motorista Anderson Gomes foram assassinados em 14 de março de 2018. O autor dos disparos foi o ex-policial reformado Ronnie Lessa — também preso desde 2019.

À Polícia Federal e ao MPRJ, Élcio afirmou que Ronnie disse ter tentado cometer o crime meses antes, no final de 2017. Segundo Élcio, os dois estavam juntos na virada do ano de 2017 para 2018, quando Ronnie, alcoolizado, começou a desabafar e contou que semanas antes ele havia tentado “pegar a mulher que estavam monitorando há alguns meses”.

Na ocasião, Ronnie disse a Élcio que estava acompanhado pelo ex-bombeiro Maxwell Corrêa, o “Suel”, preso nesta segunda-feira (24), e por Edmilson, identificado como “Macalé” — também policial militar, ele foi morto à tiros em 2021.

Ainda de acordo com o relatado por Élcio na delação, Ronnie contou que a tentativa foi frustrada, porque na hora do cometimento do crime, Maxwell disse que o carro “deu problema” e “falhou”. “Contudo, Ronnie acreditava que Maxwell refugou, porque havia ficado com medo de continuar”, diz a delação.

Ronnie narrou, ainda, que nesse dia em que os três — ele, Maxwell e Edmilson — foram atrás da “mulher monitorada”, ela estava em um táxi, próximo ao bairro Estácio. Na ocasião, Maxwell estava como motorista, Ronnie com uma submetralhadora MP5 no banco de carona e Edmilson com um fuzil AK47 no banco de trás, “para segurar o trânsito se houvesse necessidade”, conforme o delatado por Élcio. G1