A Justiça do Rio determinou que o PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz sejam julgados por júri popular pelas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Os dois respondem por duplo homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, emboscada e sem dar chance de defesa às vítimas. Os advogados informaram que vão recorrer.
“O embate entre a tese ministerial (do Ministério Público) e as defensivas deve ser decidido pelo Tribunal Popular”, escreveu o juiz Gustavo Gomes Kalil, que não determinou data para o julgamento.
Marielle e Anderson foram executados no Estácio, bairro na Região Central do Rio, em 14 de março de 2018. Ronnie e Élcio estão presos há um ano, e a sentença os mantém no presídio federal de segurança máxima de Porto Velho, em Rondônia.
Família comenta
Viúva de Marielle, Mônica Benício classificou a determinação desta terça como um “passo importante”.
“Sem dúvida alguma é um passo importante na luta por Justiça para Marielle e Anderson. São 2 anos de profunda dor pessoal que se intensifica pela impunidade até hoje. Nada poderá trazer Marielle e Anderson de volta, mas só é possível pensar em um mínimo de paz no coração quando todos os responsáveis forem condenados. É avançar no processo. É preciso garantir o direito das famílias de terem acesso aos documentos. É preciso identificar os mandantes e as motivações. Não é possível falar de democracia no Brasil sem justiça para Marielle e Anderson”, disse.
Irmã de Marielle Franco, Anielle Franco disse que não esperava que a Justiça decidisse antes de 14 de março que os acusados de matar a vereadora iriam a júri popular.
“É algo que a gente não esperava que fosse sair logo agora, antes do 14 de março. Mas talvez por isso, por essa data, eles [a Justiça] estejam trabalhando. Afinal, já são dois anos sem resposta. Mas é algo a nosso favor. É como eu vejo. É uma virada de página e o início de um novo processo e, quem sabe, a gente saiba quem mandou [matar Marielle]”, afirmou Anielle. G1