A insegurança tem deixado donos de salões de beleza preocupados. De acordo com a Associação Baiana de Salões de Beleza (Abasbe), 100 ocorrências de furto e roubo nesse tipo de estabelecimento foram comunicadas nos últimos 12 meses, em toda a Bahia. Os itens mais visados são os cabelos usados para fazer apliques. Segundo a Associação, o total é 15% maior que o registrado no mesmo período entre 2019-2020.
As ocorrências estão relacionadas à subtração de insumos, produtos, cabelos humanos, objetos dos clientes e funcionários, como celulares “Em 70% dos casos, os criminosos são do sexo feminino. Os produtos que comercializamos são voltados para a área feminina, em sua maioria, e isso chama atenção”, conta Sara Pires, presidente da Abasbe. Na maioria das vezes, os suspeitos visam cabelo natural, usado para fazer apliques, por causa do alto valor.
Em alguns casos, um serviço completo de aplique pode custar até R$ 8 mil. No último sábado (31), a dona de um salão de beleza de Salvador, que pediu para não se identificar, teve prejuízo em torno de R$7 mil. Uma mulher entrou no estúdio e se passou por cliente. Ela solicitou a colocação de um aplique, mas quando o serviço tinha terminado, foi embora do local sem pagar.
“Ela chegou no salão, realizou alguns procedimentos. Ela tinha feito um orçamento comigo, me perguntou o valor”, disse a proprietária do salão. Em geral, os cabelos roubados são vendidos na internet por um valor abaixo do preço cobrado no mercado.
Ramid Roque trabalha no ramo da beleza há 30 anos e tem uma loja de cabelo no bairro da Liberdade. O local já sofreu assaltos e golpes de clientes. Em uma dessas ações, dois suspeitos não levaram os aplique por causa da grade de proteção, mas roubaram celulares das funcionárias. “Salões de beleza, grandes empresários e microempresários, estão à mercê por conta de cabelo. Ninguém mais pode ‘colocar’ um cabelo”, conta. G1