O governador da Bahia, Rui Costa, afirmou na manhã desta terça-feira (31) que o comitê científico para combate ao coronavírus, criado na segunda-feira (30) por vários governadores do Nordeste, poderá ajudar apresentando alternativas para a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Ele também disse que aguarda que o Ministério da Saúde repasse o testes para a Covid-19 ao estado.

Rui se reuniu com outros governadores do Nordeste direto do Centro Administrativo da Bahia (CAB). O momento foi para discutir as ações do comitê científico – formado por médicos, cientistas, físicos e pesquisadores, com o intuito de auxiliar os governadores na tomada de decisão sobre as ações de enfrentamento à pandemia causada pelo coronavírus.

Para o governador da Bahia, o comitê poderá ajudar a driblar um problema comum nesse momento de pandemia: a falta dos equipamentos de proteção. Rui explicou que, na prática, isso será possível a partir de sugestões de alternativas e soluções para enfrentar o momento.

“A expectativa é grande para que eles nos ajudem apresentando alternativas porque vários insumos, inclusive de EPIs, estão sumindo do mercado, não se acha máscara N-95, as máscaras para os profissionais de saúde. Não se acha o tecido para fazer a máscara cirúrgica, que é o TNT”, disse Rui.

“Eu coloquei uma questão. Existem alternativas de materiais que podem ser usadas para as máscaras, para as pessoas quem têm uma exposição maior? Nós temos falta de respiradores. Nós vamos mobilizar empresas que possam transformar rapidamente a sua produção em respiradores”, disse o governador.

Rui também falou que espera que o Ministério da Saúde repasse o mais rápido os testes usados para diagnosticar se a pessoa tem ou não o coronavírus.

“É um teste que dá 100% de certeza e pega bem no início da doença. Nós ainda estamos nessa fase. O Ministério [da Saúde] está prometendo entregar aos estados, fez uma compra de R$ 20 milhões para que a gente possa utilizar esses testes com as pessoas que tiveram contato com outras pessoas que deram positivo [para a Covid-19]. Isso é uma forma rápida de identificar quem eventualmente já está para colocar essas pessoas em isolamento. Esperamos que esses testes cheguem o mais rápido possível”.

O governador da Bahia pontuou ainda que é importante que se compre os testes pois é uma medida que já mostrou eficácia em outros lugares. Na ocasião, Rui questionou ainda a quantidade de testes comprados pelo Governado Federal. Nas palavras dele, “insuficiente”.

“Essa sim foi uma solução adotada em países ricos, como Coreia, que deu excelente resultado. Ele deu uma testagem muito grande. Agora, é preciso ter os testes e condições econômicas viáveis que vamos precisar de recursos para questões básicas, como montagem dos leitos.O Ministério [da Saúde] tá fazendo essa compra de R$ 20 milhões que é insuficiente para uma testagem no país inteiro”, disse.

Aplicativo para Covid-19

O governador da Bahia, também nesta terça, disse que ainda nesta semana disponibilizará um aplicativo para as pessoas com suspeita da covid-19. A ação também é resultado do comitê científico.

“Nós discutimos e vamos colocar no ar um aplicativo para celular onde as pessoas, que tenham sintomas da Covid-19, possam descrever no aplicativo, informar se já fizeram o teste. Assim, nós vamos enxergar onde estão aparecendo mais casos com ação mais direta dos governos, sendo gerenciado por cada estado, cada município, pra gente poder agir imediatamente e quebrar a cadeia sucessória do vírus. O aplicativo já está sendo produzido e vamos disponibilizar pra toda a população”, afirmou.

Covid-19 na Bahia

Conforme o último boletim divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), no final da tarde desta segunda-feira (30), 176 pessoas estão contaminadas pelo novo coronavírus no estado. Além disso, duas mortes já foram registradas por causa da doença. O primeiro registro foi no domingo (29).

Dentre os casos confirmados, 54,55% são do sexo feminino e 45,45% do sexo masculino. A mediana de idade é 40 anos, variando de 1 a 95 anos.

A faixa etária mais acometida foi a de 30 a 39 anos, representando 26,14% do total. Porém, o coeficiente de incidência por 100.000 habitantes foi maior na faixa de 70 a 79 anos (3,01) , indicando o maior risco de adoecer entre os idosos.

Mortes investigadas

De acordo com o boletim da Sesab, até esta segunda foram registrados 16 óbitos, sendo 10 descartados laboratorialmente, 5 em investigação e 1 óbito confirmado. O segundo óbito foi registrado logo após a divulgação do boletim.

A Sesab ressalta que os números são dinâmicos e, na medida em que as investigações clínicas e epidemiológicas avançam, os casos são reavaliados, sendo passíveis de reenquadramento na sua classificação.

O diagnóstico positivo para o novo coronavírus pode cursar com grau leve, moderado ou grave. A depender da situação clínica, pode ser atendido em unidades primárias de atenção básica, unidades secundárias ou precisar de internação. Mesmo definindo unidades de referência, não significa que ele só pode ser atendido em hospital.

Os casos graves devem ser encaminhados a um hospital de referência para isolamento e tratamento. Os casos leves devem ser acompanhados pela Atenção Primária em Saúde (APS) e instituídas medidas de precaução domiciliar. G1