Salvador é a terceira capital da região Nordeste que mais recebeu pacientes infectados pela Covid-19. De acordo com pesquisadores, rodovias da Bahia contribuíram para a disseminação do vírus no estado. O caminho pela estradas foi mapeado por pesquisadores na primeira onda do novo coronavírus, entre o final de fevereiro e 30 de junho de 2020, na Bahia. No Brasil, 26 rodovias federais contribuíram com 30% dos casos. Dessas BRs, três cortam a Bahia: BR-242, BR-116 e BR-101.

Na Bahia, os caminhos com maiores contaminações foram os trechos entre Salvador e Feira de Santana; de Vitória da Conquista até as cidades de Itabuna e Ilhéus; além disso, Porto Seguro também teve aumento no fluxo de pacientes infectados vindos do estado do Espírito Santo.

Na região oeste, os municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães também foram impactos pelos efeitos da primeira onda, porque são cortados pela BR-242. Já Salvador, é a terceira cidade, entre as capitais do Nordeste, que mais recebeu pacientes com Covid-19 vindos do interior. A capital baiana perdeu apenas para Fortaleza e Recife. De acordo com o médico e cientista, Miguel Nicolelis, foi indicado que Salvador deveria fazer um lockdown em julho de 2020.

“Isso foi indicado pelo comitê científico que eu coordenava e infelizmente esse lockdown nunca foi feito da maneira correta. Isso contribuiu para o que aconteceu a posteriori, na segunda onda, onde nós vimos um crescimento enorme de casos na Bahia e, em Salvador, em particular”, disse o cientista.

Ainda de acordo com Miguel Nicolelis, o lockdown foi sugerido em dezembro de 2020 e em janeiro deste ano. Ele adverte que optar por medidas paliativas é assumir o risco de viver um pico da doença após o São João neste ano. “Nós temos a vacinação caminhando ainda em passos lentos e nós precisaríamos conter os fluxos de pessoas pelas rodovias, aumentar o nível do isolamento social e fazer o lockdown”, concluiu o cientista. G1