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Em entrevista ao Correio Braziliense, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, fez um balanço dos noves meses de gestão da primeira mulher a assumir a pasta no Brasil. “Num país tão desigual como o Brasil, tão diverso, isso é um desastre, porque estados e municípios — e vou falar especificamente do período da pandemia, até porque acompanhei mais de perto — tomaram muitas medidas e ações, mas nem todos têm a mesma condição. Muitos municípios do Brasil estão empobrecidos. E isso faz com que seja muito difícil dar exatamente o que o SUS (Sistema Único de Saúde) pretende, que é esse acesso universal, trabalhando para reduzir as desigualdades, inclusive regionais”, disse.

Segundo ela, o “Ministério da Saúde perdeu importância” no pós-pandemia e com a política de desmonte do governo anterior. “A pandemia colocou em evidência que não é possível pensar em nenhum tipo de geopolítica, de programas de desenvolvimento, de cooperação internacional, sem levar em conta as grandes questões da saúde”, destacou.

Nisia enfatiza que é preciso ter uma nova visão estratégica da saúde. “A saúde não é só uma política social, mas uma política de desenvolvimento. E tem que ser um objetivo não só do Ministério da Saúde, mas do governo e da sociedade um grande pacto pelo SUS, o que significa termos sustentabilidade para essas políticas. Então temos que avançar na questão sanitária, mas temos que também reconhecer que estamos em período de reconstrução”, diz. Brasil247