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Antes da notícia, uma explicação: “fufucar” virou sinônimo em Brasília das negociações para a entrada do Centrão na Esplanada dos Ministérios. Uma homenagem ao deputado maranhense André Fufuca, líder do Progressistas na Câmara, e cotado para um ministério qualquer. Voltemos à programação normal…

Se o governo Lula “fufucar”, levará para a Câmara dos Deputados um militar da reserva, membro da União da Direita Maranhense e um médico que, quando teve cargo no Ministério da Saúde no governo Bolsonaro, defendeu tratamento precoce com cloroquina e ivermectina.

Trata-se do médico Allan Garcês. Ele é primeiro suplente do PP do Maranhão e assumirá uma vaga na Câmara Federal caso Fufuca vire ministro. Allan Garcês foi nomeado em janeiro de 2019 diretor do Departamento de Articulação Interfederativa da Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde. No cargo, ele costumava participar das micaretas pelo golpe promovidas pelo bolsonarismo e ainda fazia transmissão pelas redes sociais.

Numa das fotos, ele aparece sem máscaras, segurando um cartaz com os dizeres “Supremo é o povo”, um dos bordões dos golpistas. Na época, o jornal Correio Braziliense questionou o Ministério da Saúde se um servidor poderia participar de aglomeração, sem máscaras, o que contrariava recomendações básicas durante a pandemia. O governo Bolsonaro saiu em defesa de Allan, dizendo que ele manteve distanciamento social e só tirou a máscara para fazer fotos.

Ou seja, se o governo Lula “fufucar”, vai realizar a proeza de levar ao poder duas figuras da política maranhense muito diferentes entre si: Flávio Dino, egresso do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), e Allan Garcês, que foi do PL antes de embarcar no PP de Fufuca. G1