Nascida em Salvador, Gab Ferreira não mediu esforços para chegar até a seminal do “The Voice Brasil”, da Rede Globo. A cantora, que já havia participado do SuperStar, tentou o The Voice por duas vezes, sendo selecionada na segunda tentativa. Ao Bahia Notícias, ela conta que enxergou a possibilidade como um trampolim para seus novos planos. “Nessa oportunidade eu vi a chance de lançar minha carreira solo. Eu estava muito mais madura”, explicou. Gab fazia parte da banda “Alphazimu”, que faz referência ao perfume usado pelos Filhos de Gandhy, a alfazema.

 

A participante ficou no time de Carlinhos Brown e revelou que queria estar no time do músico ou da cantora Ivete Sangalo desde antes da seletiva. “Eu tive que avaliar. E se Ivete virar [a cadeira]? Eu achei que foram os que mais se aproximariam do meu estilo. Gerou uma dúvida com Michel Teló porque ele era bicampeão e se tornou tricampeão. Ele é estratégico. Mas com Brown foi uma relação de coração”, admitiu. Ela também cogita trabalhar com Brown no futuro: “Passa em minha cabeça estar próximo a ele em algum momento, em alguma música ou show. Não vejo como obrigação, e sim com uma parceria. Gostaria muito de tê-lo por perto”. E ao contrário do que carrega o imaginário popular sobre o canto ser algo sempre desejado pelos cantores, ela confessa que um das suas maiores paixões tem uma concorrente de mesmo nível: “Eu queria ser dançarina. Da mesma forma que eu amo cantar, eu amo dançar. Eu sou muito misturada”.


Depois de muitas pessoas terem questionado se o cantor Vinicius D'Black realmente deveria estar na competição por já ser considerado um “cantor profissional” com músicas famosas, Gab aceitou se pronunciar a respeito. “Naquele momento a gente estava ali como artista e, querendo ou não, estávamos de igual para igual. Eu não estava muito preocupada com isso. Se tivesse que ser, iria ser. Meu foco era fazer uma apresentação bonita e sair de lá feliz”, esclareceu. Apesar de ter sido eliminada na semifinal, ela já tem planos para a carreira solo envolvendo participações de outros artistas. Sem querer dar muitos detalhes, Gab contou o nome da próxima música, que se chama “Ela Chegou” e será lançada após o Carnaval junto com um clipe.

A cantora disse que sempre se preocupou com a questão da representatividade feminina e negra: “Recebi muitas mensagens de pessoas que se sentiram representadas. A gente precisa se unir. Existem poucas cantoras negras que estiveram em evidência na música baiana. Esse é um momento em que elas estão conseguindo projeção, mais visibilidade”. A soteropolitana garante que ficou satisfeita com o resultado e a recepção positiva que ela considerou ter. Para Gab, participar no The Voice é uma ocasião especial que exige muito dos cantores. “Ali você tem que acreditar ou acreditar. Não existe entrar no palco titubeando. Não é a única oportunidade da vida, mas é uma grande oportunidade”, avaliou. O balanço final da sua experiência no The Voice parece ter se baseado em superação: “Eu acho que eu evolui muito, não só musicalmente falando, mas internamente. Passou um filme pela minha cabeça, nunca pensei que chegaria até aqui. Sai com sensação de dever cumprido”.