Alan Santos/PR

A sinalização do presidente nacional do DEM, ACM Neto, de que vai atuar para que o partido se torne oposição ao governo Jair Bolsonaro foi recebida com ceticismo por parte dos políticos no Congresso Nacional. Eles lembram as conexões que a sigla não desfez com o Palácio do Planalto. Por exemplo, segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, os céticos pontuaram que o deputado federal pela Bahia, Paulo Azi, é um dos vice-líderes do governo na Câmara, e o presidente da Codevasf é indicação de outro deputado baiano, Elmar Nascimento. Além disso, dois ministros no governo são do DEM: Tereza Cristina, na Agricultura, e Onyx Lorenzoni, na Secretaria-Geral. Sendo assim, na avaliação desses parlamentares, para proclamar independência, o DEM deveria abrir mão dos cargos que possui. O novo posicionamento de Neto foi uma reação à nomeação de outro parlamentar pela Bahia, o deputado federal João Roma (Republicanos) como ministro da Cidadania. Embora seja de outra legenda, ele era amigo pessoal de Neto e apadrinhado por ele, tendo inclusive atuado como seu chefe de gabinete na Prefeitura de Salvador. Roma foi indicado pelo Republicanos para assumir o ministério, mas Neto admitiu que tentou evitar sua nomeação para não soar como se ele tivesse articulado a escolha de um aliado. A aproximação do ex-prefeito da capital baiana com o governo virou pauta nacional há duas semanas. Primeiro quando Neto liberou a bancada do DEM para votar como quisesse na eleição da Câmara, o que deu aval para que os democratas apoiassem Arthur Lira (PP-AL), e segundo quando ele declarou, em entrevistas, que não descartaria estar ao lado do presidente da República na eleição de 2022. (BN)