Foto: Ricardo Stuckert

O Solidariedade oficializou nesta terça-feira (3) o apoio à pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República nas eleições deste ano, em evento em São Paulo. Estiveram presentes no encontro o presidente do partido, Paulinho da Força, o ex-presidente Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

A confirmação do apoio já havia sido acertado em reunião no dia 19 de abril, quando Paulinho da Força se encontrou em São Paulo com Lula e Gleisi. A reunião ocorreu após o presidente do Solidariedade receber vaias de petistas em um evento de centrais sindicais e ter sido sondado por outros partidos.

Apoio após vaias

Em abril, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ligou para Paulinho da Força para marcar a reunião entre eles e Lula , para conter a crise com o aliado após ele ter sido vaiado em evento com centrais sindicais. A conversa, antecipada pelo repórter Nilson Klava no Blog do Camarotti, serviu para “parar o caminhão e arrumar as abóboras”, como definiu o deputado federal.

Antes do encontro, o presidente do Solidariedade criticou uma ala do PT. Questionado se havia “salto alto” dentro do partido, disse: “Acho que uma parte sim, talvez não a direção do PT, mas uma parte do pessoal do PT acha que já ganhou a eleição, e eu acho que a eleição não tá ganha”.

As vaias ao deputado geraram constrangimento, principalmente pelo fato, segundo Paulinho, de nem Lula nem Alckmin terem-no defendido na oportunidade. “A vaia foi de uma parte da militância do PT e não era público, não, era povo em geral, então, portanto, eu sei como funciona isso. E isso é grave. No nosso ponto de vista, [mostra] que a aliança que o PT imagina seja menor do que a que nós imaginamos”, disse o deputado, previamente à conversa com os petistas.

Presidente do PT, Gleisi Hoffmann esteve no encontro e lamentou as vaias direcionadas ao deputado. “O Solidariedade tem sido um partido que tem conversado muito com o PT, com os partidos da federação. A gente tem encaminhado várias lutas juntos. Infelizmente, aconteceu um fato que a gente lamenta, não tem absolutamente nada a ver com o Partido dos Trabalhadores, nem com a nossa militância”, afirmou.

Sondagem de outros partidos

Depois de ser vaiado no evento com Lula e Alckmin, Paulinho recebeu sondagens de outros grupos políticos, caso de Ciro Nogueira (PP), ministro da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro, e de Eduardo Leite (PSDB), ex-governador do Rio Grande do Sul, que tem feito encontros paralelos aos realizados pelo pré-candidato oficial do partido, o ex-governador de São Paulo João Doria.

As conversas não prosperaram. Para Paulinho, a união de forças deve ser ampla e contar com “todos aqueles contra o governo Bolsonaro”, e isso inclui também opositores do PT na época do impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. G1