(Foto: Arisson Marinho/ CORREIO)

A Bahia aplicou 206.910 doses da vacina contra o coronavírus até às 19h37 desta segunda-feira (1º), o que corresponde a 58,9% das 351.270 doses distribuídas pela estado, segundo o painel de acompanhamento da cobertura vacinal Covid-19 da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Apenas a 1ª dose dos imunizantes foram entregues aos municípios. Em Salvador, foram utilizadas 71,8% das 80.440 doses distribuídas para a capital até às 19h37 desta segunda.

Dentre as demais cidades baianas com mais de 200 mil habitantes, Lauro de Freitas é a que possui a maior porcentagem de doses aplicadas dentre a quantidade recebida, com 98,4%. Já Feira de Santana é o município do grupo com a menor proporção, com 55%. No grupo, Vitória da Conquista aparece em segundo lugar, com 97,7% das doses aplicadas, seguida de Itabuna (77,2%). Camaçari e Juazeiro aplicaram, respectivamente, 67,5% e 60% das vacinas recebidas.

Os dados da Sesab apontam que três cidades da Bahia aplicaram menos de 20% das doses recebidas até às 19h37 desta segunda, o que foi classificado como inaceitável pelo Secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, em postagem em uma rede social na manhã desta segunda. São elas: Santo Amaro (14,6%), Biritinga (15,8%) e Barra (19%).

Procurada, a Prefeitura de Santo Amaro explicou que baixo percentual de vacinação se deve à péssima estrutura encontrada pela atual gestão do município, o que tornou inviável o funcionamento de postos de saúde. Entretanto, a gestão municipal garante estar reorganizando a estrutura da Secretaria de Saúde, que, de acordo com a nota, foi entregue sem o devido cuidado pela administração anterior, que optou por não fazer a transição de governo.

“Até sexta-feira (30), a Secretaria de Saúde de Santo Amaro havia vacinado 77 pessoas, o que representa 9,4% do total de vacinas recebidas. A situação encontrada no dia 1º de janeiro surpreendeu toda a equipe da secretaria. Encontramos as unidades de saúde em péssimas condições. Faltam materiais básicos, equipamentos, medicamentos e insumos. Além disso, encontramos estruturas em condições insalubres”, explica a gestão municipal em nota. A Prefeitura aponta ainda que existe um volume de vacinas de outras doenças que foram armazenadas de forma inadequada, com temperatura fora dos parâmetros. Imunizantes vencidos também foram encontrados nas unidades de saúde, segundo a nota.

“O agravante desse cenário é que os contratos de insumos, materiais diversos, internet, medicamentos, oxigênio, alimentos, entre outros itens essenciais para a assistência à saúde, venceram no dia 31 de dezembro, ocasionando grande prejuízo à saúde da população por conta da interrupção brusca dos serviços de saúde na atenção primária, média e de alta complexidade. Cenário gerado pela atitude da gestão anterior que, lembrando, assumiu a postura de não realizar o processo de transição de governo”, informa a prefeitura.

Ainda de acordo com a nota, uma força tarefa foi criada para superar as dificuldades encontradas pela Secretaria de Saúde de Santo Amaro. Entre quarta (3) e domingo (7) vai ocorrer o sistema de vacinação por drive thru para idosos a partir de 60 anos que moram na sede. Na semana seguinte o drive thru será realizado nos distritos. A expectativa da gestão municipal é de que nos próximos dias o município consiga atingir a meta de 75% de vacinação até o próximo envio de doses da vacina.

Balanço da manhã
Em postagem em uma rede social, às 6h26 desta segunda, o Secretário de Saúde da Bahia apontou que as regiões Leste, com 62,7% das doses aplicadas, Sul (60,8%) e Extremo Sul (53,1%) possuíam percentuais de vacinação abaixo da média estadual, que ainda era de 65,6% naquele horário. De acordo com Vilas-Boas, a vacinação em Salvador e Camaçari puxava para baixo o número total de vacinados na região Leste.

Já no Extremo Sul, o que tem retardado o processo, segundo o gestor da pasta da saúde, é a lentidão da vacinação da população indígena. A estimativa é de que 23.649 indígenas tenham mais de 18 anos e 11.031 doses da vacina tenham sido aplicadas até a manhã desta segunda – uma cobertura de cerca de 46,6%. Ainda de acordo com o secretário, em Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, é necessário escolta policial. “O processo está lento, mas o Distrito Sanitário Especial Indígena informa que tudo corre bem, com poucas recusas”, explica. (Correio da Bahia)