Depois de ser apresentado ao elenco e, em seguida, comandar o primeiro trabalho com os atletas, o técnico Vanger Lopes falou pela primeira vez como treinador do Vitória. Ele concedeu entrevista na tarde desta sexta-feira, na Toca do Leão.
A missão que aguarda o treinador é das mais duras: em má fase dentro de campo e com o extracampo conturbado, ele precisa tirar o Vitória da zona de rebaixamento da Série B o quanto antes, visto que o 1º turno está quase no fim.
Ao falar sobre o desafio que tem pela frente, ele destacou que o trabalho é coletivo e utilizou uma palavra para nortear o seu trabalho: equilíbrio.
– Não é missão só do Wagner. O Wagner, pela posição do treinador de futebol, que é muito importante, a palavra tem um peso muito grande, o Wagner vem buscar equilíbrio. Equilíbrio para defender, equilíbrio para atacar, temos vários problemas de assuntos internos que a gente não verbaliza, mas dentro a gente vai tentar organizar da melhor maneira possível. Ouvir todos, estamos chegando, então não é o clube que tem que se adaptar ao Wagner, é o contrário. A gente sabe da grandeza do clube, o passado de glórias, a revelação de grandes atletas aqui, então venho com muita vontade de trabalhar, muita determinação. Mas vejo que a minha missão, antes de mais nada, é voltar ao básico. Fazer com que cada jogador se sinta confiante, voltar a ter confiança, que nosso ambiente fique leve para que a gente possa potencializar a força de cada um dus jogadores. É um elenco jovem, com potencial, mas jovem, e ainda precisa passar por etapas dentro da competição. É organizar, ter disciplina tática, fazer com que cada jogador procure dar o seu melhor. Wagner é uma peça dessa engrenagem. O Wagner sozinho não consegue nada, não faz nada. A gente precisa não só da colaboração de todos, mas principalmente do comprometimento com o Vitória – afirmou.
Vagner Lopes só terá tempo de comandar dois treinos antes de comandar o time pela primeira vez. Neste domingo, o Vitória encara o CRB, em jogo válido pela 18ª rodada da Segundona.
Por causa do pouco tempo de preparação, ele promete não fazer grandes mudanças na equipe que enfrentou o Cruzeiro no meio de semana – o jogo terminou empatado em 2 a 2.
– Nós chegamos ontem à noite, fizemos primeiro treino hoje. Gostaria de responder essa pergunta, mas…Quanto menos mexer, melhor. É claro que não vou te dar a escalação. Nós estamos em uma transição, tenho conversado muito com Ricardo [Amadeu], Flávio [Tanajura]. São pessoas que estão aqui há mais tempo, conhecem o elenco como ninguém. A gente vai aproveitar essa oportunidade para conversar mais, tirar mais informações, aproveitar o treino que ainda falta. Mas a ideia é dar sequência ao que vem sendo feito. É claro que a gente tem nossas convicções, muitos anos no futebol. Muitas vezes chegou de chegar na véspera do jogo e mudar alguma coisa, às vezes de manter o que está sendo feito. Com bom senso, tranquilidade e, principalmente com as pessoas que estão aqui, vamos tomar a melhor decisão possível – disse.
Vagner Lopes será o terceiro técnico a comandar o Vitória na Série B. Antes dele, passaram pelo clube Rodrigo Chagas e Ramon Menezes, e ambos saíram de forma conturbada. Na gestão Paulo Carneiro, o Rubro-Negro vai para o seu 10º treinador.
A expectativa, para o torcedor rubro-negro, é que, com Vagner, seja diferente. E ele confia no seu trabalho.
– Tenho muita convicção na minha maneira de conduzir, organizar, visão de jogo que tenho e, principalmente, leitura de jogo na partida. Não quero ser comparado com ex-treinadores que estiveram aqui, merecem nosso respeito. Tiveram grandes passagens, ora como atleta, ora como treinador também. Respeito muito a história dessas pessoas e sei que cada situação tem muitas maneiras de serem interpretadas. Quero fazer meu caminho com simplicidade, humildade, mas muita convicção no que estamos fazendo. Então, é claro que o treinador não tem prazo de validade. Muitas vezes, só o resultado que é importante. Não faço essa análise tão rasa. Prefiro entender que no dia a dia vamos construir identidade com jogadores e fazer com que cada jogador se sinta bem dentro da missão que a gente está falando, pedindo. É construir junto com jogadores um time equilibrado, forte, mas não tenha só o DNA do clube, mas, principalmente, que consiga os resultados positivos – disse.
O jogo de domingo, contra o CRB, é fundamental para o Rubro-Negro que abre a zona de rebaixamento da Segundona com 14 pontos. A distância para a Ponte Preta, primeira equipe fora do Z-4, é de dois pontos. Globoesporte