© Valter Campanato/Agência Brasil

A ex-deputada federal Joice Hasselmann afirmou que poucas pessoas raciocinavam no PSL, legenda utilizada por Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, quando foi eleito presidente da República, e pela própria ex-parlamentar que se elegeu na mesma eleição para a Câmara dos Deputados.

“Eu fui deputada pelo PSL, que era um grupo de malucos e eram literalmente seis pessoas que tinham raciocínio, entre as quais eu estava [nesse grupo]. O resto era um zoológico sem jaula, era crocodilo conversando com macaco”, declarou ao programa Alt Tabet, do UOL.

A ex-deputada foi eleita no embalo do Bolsonarismo, mas logo depois de eleita rompeu os laços e passou a entrar em embates diretos com aliados do ex-mandatário, inclusive com os filhos de Bolsonaro. Com estes, Hasselmann encarou uma briga pública e ferrenha, da qual se arrepende, no processo de disputa pelo comando do PSL.

“Quando o Bolsonaro tentou tomar o PSL, eu fui lá e comprei a briga, dei um jeito de manter o partido na minha mão, virei líder, mas comprei uma briga que não era minha porque não achava justo os deputados serem pressionados da forma que estavam sendo pelo Bolsonaro. Ali a nossa relação degringolou de vez”.

Complexo de inferioridade de Bolsonaro

Joice Hasselmann expôs que o ex-presidente Jair Bolsonaro, logo depois de eleito, chegou ao Palácio do Planalto com sentimento de inferioridade. Mas, ao tempo em que foi pegando gosto pelo poder, deixou de ouvir seus aliados, como ela.

“Quando o Bolsonaro chegou ao poder ele se sentia menor que a cadeira, inferior, então precisava de suporte. Só que ele rapidamente foi crescendo, passou a se sentir maior que a cadeira e quando você se sente maior que cadeira, você se sente maior que a Constituição, maior que qualquer outro poder. Aquilo começou a me apavorar, ele me ouvia, nessa época parou de ouvir”. BNews