Foto: Marcos Corrêa/PR

Após a debandada anunciada na terça-feira (11), pelo ministro Paulo Guedes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) marcou uma reunião emergencial na quarta-feira (12), com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM). Após o encontro, eles fizeram um pronunciamento em conjunto para reafirmar o compromisso com o teto de gastos e indicar uma sinergia entre os poderes Executivo e Legislativo.

“Que pese o problema da pandemia, o Brasil está indo bem. A economia está reagindo e nós aqui resolvemos com essa reunião direcionar mais as nossas forças para o bem comum”, disse Bolsonaro. De acordo com o chefe de Estado, foram discutidos, dentre outros assuntos, a reforma administrativa e a privatização de estatais.

Maia, por sua vez, indicou que houve um aceno para uma celeridade nas reformas tributária e administrativa – esta última ainda não foi enviada à Câmara pelo governo. “Essa importante reunião onde todos nós reafirmamos nosso compromisso com o teto de gastos e com a boa qualidade do gasto público. Reafirmar esse tema é reafirmar nosso compromisso com o futuro desse país”, declarou.

Alcolumbre disse que o encontro foi para “nivelar as informações da agenda de responsabilidade fiscal”. “A gente tem uma emenda constitucional limitando os gastos públicos e concretamente precisamos formar esse convencimento na sociedade brasileira da reforma administrativa e do pacto federativo”, falou. Enquanto os chefes do Legislativo e Executivo discursavam, Guedes ficou posicionado mais atrás e não foi ao microfone para se posicionar.

Convidado para a reunião, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoili, não pôde comparecer. O encontro aconteceu após as saídas de dois secretários do Ministério da Economia – Salim Mattar (Desestatização) e Paulo Uebel (Desburocratização). Salim era o responsável pelas privatizações e Uebel pela reforma administrativa.

Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, pessoas próximas a Guedes apontam cansaço por parte dele diante do acúmulo de frustrações com a resistência do meio político em se engajar nas mudanças propostas pela equipe dele. Por outro lado, ele tem dito que ainda não é hora de abandonar o governo Jair Bolsonaro. Por Mari Leal/BN