A caderneta de poupança fechou outubro com saques líquidos de R$ 2,533 bilhões, informou o Banco Central. O valor reflete o montante de recursos que os brasileiros sacaram na caderneta, já descontados os depósitos no período. Foi o primeiro saque líquido mensal desde fevereiro deste ano, quando houve saída líquida de R$ 708,1 milhões. Poupança volta a registrar mais depósitos do que saques após 3 anos.

 

No mês passado, conforme o Banco Central, os aportes na caderneta somaram R$ 194,436 bilhões, enquanto os saques atingiram R$ 196,969 bilhões segundo informações do Estadão Conteúdo. Considerando os rendimentos de R$ 2,950 bilhões em outubro, o total de recursos depositados na poupança chega hoje a R$ 776,192 bilhões de reais.

 

No acumulado do ano até outubro, a captação da poupança está positiva em R$ 22,969 bilhões. Isso é resultado de aportes de R$ 1,836 trilhão e retiradas de R$ 1,813 trilhão. O resultado positivo da poupança em 2018 contrasta com o cenário visto em anos anteriores. Em 2015 e 2016, a crise econômica havia acirrado os saques, com as famílias mais retirando do que colocando recursos na caderneta para fazer frente às despesas do dia a dia.

 

Em 2017, o cenário começou a mudar, em meio ao início da recuperação econômica. Ainda assim, os primeiros meses do ano foram marcados por mais saques que depósitos, sendo que a recuperação dos saldos ocorreu no segundo semestre. Este ano, a recuperação gradual da atividade e da própria renda, em um ambiente de inflação baixa, favoreceu a captação líquida de recursos pela poupança.

 

Atualmente, a remuneração da caderneta de poupança é formada pela taxa referencial (TR) mais 70% da Selic (a taxa básica de juros). A Selic, por sua vez, está hoje em 6,50% ao ano. Esta regra de remuneração vale sempre que a taxa básica estiver abaixo dos 8,50% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança será atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano).