A Polícia Federal cumpriu mandados de prisão contra 10 deputados estaduais do Rio e mais 12 pessoas em um desdobramento da Lava Jato. Entre os alvos da Operação Furna da Onça também está Affonso Monnerat, secretário de governo Fernando Pezão. O governador não é investigado. As investigações apontam que os envolvidos recebiam propinas que variavam de R$ 20 mil a R$ 100 mil – além de cargos.

 

Três dos parlamentares foram presos no ano passado: Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi. O deputado estadual Chiquinho da Mangueira foi preso por volta das 7h25 desta quinta-feira (7); André Corrêa, seu colega de Alerj e ex-secretário de Meio Ambiente, às 8h10. A investida, desta vez, mira esquema de compra de apoio político de parlamentares.

 

O alvo é o grupo político da base do MDB do ex-governador Sérgio Cabral. O nome da operação é referência a uma sala de reuniões localizada ao lado do plenário da Alerj onde deputados se reúnem para rápidas discussões. De acordo com as investigações, a organização criminosa, chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral, pagava propina a vários deputados estaduais, a fim de que patrocinassem interesses do grupo criminoso na Assembleia.

 

O “mensalinho” era resultado de sobrepreço de contratos estaduais e federais. De forma ilícita, os parlamentares eram beneficiados ainda com o loteamento de cargos em diversos órgãos públicos do estado, como o Detran, onde poderiam alocar mão de obra comissionada ou terceirizada. A força-tarefa afirma que o esquema continuou mesmo após as operações do ano passado.

 

Os investigados devem responder, na medida de suas participações, pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. Policiais federais cumprem mandados de busca e apreensão no Palácio Guanabara, sede do Executivo Fluminense, e no anexo da Alerj.

 

A operação foi determinada por desembargadores da 1ª Seção Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) e se debruça também sobre a atual gestão do governo estadual, apesar de não haver citação direta ao governador Luiz Fernando Pezão.