MICHAEL MELO/METRÓPOLES

O procurador-geral da República, Augusto Aras, se afastará da procuradoria entre os dias 9 e 15 de outubro para participar da canonização de Irmã Dulce, santa brasileira, que será realizada dos dias 11 a 14 de outubro na cidade do Vaticano. Em ofício, a Procuradoria-Geral da República chegou a autorizar que as despesas da viagem ficassem a cargo do Ministério Público Federal.

A viagem foi orçada em R$ 67 mil – o valor incluiria as passagens aéreas, em classe executiva, os traslados internos, hospedagem e alimentação do procurador, que estará na qualidade de representante do Ministério Público no evento. A esposa dele, Maria das Mercês de Castro Gordilho Aras, o acompanhará na viagem.

Ao Metrópoles, o recém-empossado PGR afirmou, entretanto, ter pago todas as despesas referentes à viagem que fará para a Itália. Segundo Augusto Aras, mesmo tendo sido convidado para o evento pela presidência da República e apesar de a lei autorizar que os gastos da viagem de representação fossem custeados pela própria PGR, ele decidiu bancar os custos.

“Eu paguei minhas passagens com o meu dinheiro. O doutor Alcides [Martins, subprocurador, que também irá ao compromisso] pagou as passagens dele e da esposa com dinheiro privado. Nós poderíamos não ter feito isso, porque o convite que nos foi feito pela presidência da República oferecia custear todas as despesas, por se tratar um evento do estado brasileiro a convite do estado estrangeiro”, disse Aras. De acordo com Aras, a decisão foi tomada para evitar desgaste com o grupo que se opõe à indicação dele à chefia da PGR.

“Nós resolvemos pagar, porque sabíamos que os derrotados estão ainda vivendo da viúva. Já mandei levantar os meus críticos, são os que viajaram vergonhosamente para todo o mundo. Não quero acirrar mais os ânimos, mas a gente tem vivido um momento… Eu encontrei a instituição descontinuada administrativamente, de tal forma que os boicotes da administração que restou, das administrações passadas, têm me obrigado a fazer mudanças”, afirmou.

Segundo Aras, o oficio indicando despesas com a viagem para a Itália da ordem de R$ 67 mil era apenas um modelo, tornado sem efeito a partir de sua orientação ao corpo administrativo. Metrópoles