Agência Brasil

Em uma conversa com o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, em dezembro de 2016, o procurador baiano Vladimir Aras sugeriu que Dallagnol fosse candidato ao Senado. Para o baiano, seria uma forma de impedir a reeleição de Roberto Requião (MDB), que acabou não sendo reconduzido no pleito do ano passado. “Vc tem de pensar no Senado”, escreveu Aras (sic), então chefe da Secretaria de Cooperação Internacional da Procuradoria Geral da República.

Segundo o site The Intercept Brasil, a resposta de Dallagnol deixou claro que o tema não era novidade nas conversas entre os procuradores. “Obrigado pelo incentivo, mas vejo muitos poréns”, escreveu Dallagnol. “Vc se elege fácil e impede um dos nossos inimigos no Senado: Requiao ou Gleise caem”, disse Aras.

“Não resolve o problema. Ajuda se o MPF lançar um candidato por Estado. Seria totalmente diferente e daria trabalho, mas pode ser uma das estratégias para uma saída”, escreveu Dallagnol. Dallagnol disse ainda que o ideal era que o então juiz da Lava Jato, Sergio Moro, também fosse candidato.

“Ou pensamos alguma saída maluca, ou estamos ferrados”, contou. “Vc e Moro”, disse Aras. Após saber dos diálogos, Requião se manifestou nas redes sociais. “E o tal de Aras, muito simpatico, me visitava no gabinete, enquanto operavam contra minha imagem com insinuações, calúnias, infamias etc, etc… Me causa nojo!”, declarou o emedebista.