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O primeiro dia da audiência de instrução do feminicídio que teve como vítima a cantora gospel Sara Freitas acontece nesta terça-feira, 26, às 9h, no Fórum Criminal de Dias D’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador. No banco dos réus estarão Ederlan Santos Mariano, companheiro de Sara e apontado pela polícia como mandante; Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como Bispo Zadoque; Gideão Duarte de Lima e Victor Gabriel Oliveira Neves.

De acordo com a denúncia do Ministério Público da Bahia (MPBA), o assassinado foi cometido por motivo torpe, meio cruel e sem possibilidade de defesa da vítima, além de ocultação de cadáver e associação criminosa. Os quatro réus estão presos preventivamente.

Para melhor organização processual, a Vara Criminal de Dias D’Ávila desmembrou a audiência de instrução para oitivas de testemunhas em duas datas. Nesta terça-feira, 26, oito testemunhas de acusação serão ouvidas. Já no dia 16 de abril serão ouvidas as testemunhas de defesa. Nesta primeira fase, a audiência ocorrerá de forma híbrida, ou seja, por meio virtual e presencial.

Denúncia 

Segundo a denúncia, o crime, cometido no dia 24 de outubro de 2023, por Zadoque, Victor e Gideão, a mando de Ederlan, tinha o objetivo de “se apoderar da imagem pública de Sara Freitas, fazendo uso de toda a estrutura já montada em torno dela, para lançar a carreira de Victor, com o que todos lucrariam futuramente”, descartando a suspeita inicial de que o crime teria sido motivado por ciúme.Sara Freitas era casada com Ederlan, que também gerenciava sua carreira.

No dia do crime, Sara foi informada de que faria uma apresentação musical num evento evangélico. Ela foi levada por Gideão, que era seu motorista, para a BA 093, onde Victor e Zadoque esperavam a vítima. Ela foi morta e teve o corpo abandonado num terreno baldio às margens da rodovia. Ederlan, “para dissimular sua participação no crime”, chegou a procurar a polícia e registrar o desaparecimento de sua esposa.

Com base nas informações e provas contidas nos autos, a denúncia afirma que Ederlan seria o principal interessado e mentor da morte de sua esposa, “tendo planejado e controlado as ações dos demais denunciados”. As investigações revelaram que Ederlan havia pago R$ 2 mil para Zadoque, Victor e Gideão, e repassaria ainda cerca de R$ 15 mil, quando as economias de Sara fossem encontradas.

De acordo com a denúncia, havia também a promessa de recompensa, “que seria o sucesso e fama artística, pois os denunciados eram pregadores, produtores, cantores e músicos com intensa penetração nas redes sociais” e contavam com a promessa de Ederlan de disponibilizar as ferramentas digitais de seu estúdio para promoções das carreiras artísticas dos executores da morte de Sara. A Tarde