Agência Brasil

O reajuste dos preços de gasolina, diesel e gás de cozinha nesta sexta-feira (11) para as distribuidoras já está sendo sentido por motoristas de motos, carros e caminhões. Em diferentes partes do país, foram registradas corridas a postos de combustível e subida do valor do litro. A partir desta sexta, o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passa de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, um aumento de 18,8%.

Para o diesel, o preço médio passa de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, uma alta de 24,9%. Caminhoneiro há mais de dez anos, Marcelo Rufino disse que o preço do diesel já estava mais caro em São Lourenço da Mata, no Grande Recife, em torno de R$ 7,09. “Subiu ao longo da semana e ainda mais ontem. A solução vai ser parar daqui a uns dias, porque não vai dar mais para rodar”, declarou Rufino.

O caminhoneiro afirmou que não tem como repassar para os clientes integralmente o aumento do combustível para não perder para concorrentes. Ele contou, ainda, que o valor que recebe pelo trabalho e o que paga para encher o tanque não são correspondentes.

“Vem aumentando muito. Quando eu comecei a trabalhar com caminhão, o preço [do diesel] era R$ 0,40 o litro e o frete para Mossoró, no Rio Grande do Norte, era R$ 500. Hoje, esse frete para o mesmo lugar custa R$ 1,4 mil e o óleo diesel está mais de R$ 7. Um dispara e o outro fica”, declarou Rufino.

Em um posto na Avenida Norte, na região central do Recife, o g1 constatou que o preço da gasolina estava quase R$ 0,40 mais alto nessa sexta. Mototaxista em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco, Silvano Santos encontrou o preço da gasolina a R$ 7,20 nesta sexta. Segundo ele, no começo da semana, o valor era R$ 6,28. Com isso, a corrida básica deve ir de R$ 5 para R$ 6.

“Todo mundo se assustou com o valor do combustível. Ontem [quinta] à noite os postos já tinham posto placa nova. Infelizmente, a gente tem que pagar. Quando os passageiros chegam, a gente aumento o preço da corrida e eles reclamam. Mas a gente vai fazer o que?”, declarou. Após perder o emprego como porteiro, Gleidson Soares de Araújo tem na moto a renda da família.

“Estou desempregado, e só consigo botar combustível se fizer alguma viração. Estou trabalhando como mototaxista, e dependo do combustível para trabalhar. Infelizmente, a situação é essa”, disse Gleidson. Morador de Limoeiro, no Agreste de Pernambuco, Roberto Rocha trabalha percorrendo cidades do interior do estado vendendo descartáveis. São 25 anos na estrada.

“A gente colocava 20 reais e dava para fazer a rota. Hoje, a gente não sabe quanto vai ficar a rota. Se vai ser no sufoco ou se vai ter que colocar mais algo”, contou Rocha. “Nessa situação agora dos combustíveis, só quem está trabalhando é quem precisa tomar conta de família e não tem outra opção”, disse o vendedor. G1