Foto: Marcos Corrêa/PR

A equipe de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, buscou desqualificar publicamente a pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (18). Aliados do presidente, porém, avaliaram ao blog que Bolsonaro reage “muito lentamente” nas pesquisas e corre o risco de perder já no primeiro turno se mantiver esse ritmo “lento” de crescimento.

O levantamento mostrou que Lula tem 47% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro aparece com 32%. Pela pesquisa, existe a possibilidade de vitória de Lula ainda no primeiro turno. Isso porque o petista tem, segundo o levantamento, 51% dos votos válidos.

Na última pesquisa Datafolha, divulgada em julho, Lula aparecia com os mesmos 47% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro aparecia com 29%. E no levantamento anterior, divulgado em junho, Lula também tinha 47%, e Bolsonaro, 28%.

Para aliados de Bolsonaro, o presidente precisa reagir “mais rapidamente” se quiser evitar uma vitória de Lula já no primeiro turno. Ou seja, para interlocutores do presidente, o desafio de Bolsonaro agora é garantir que haja segundo turno.

Bolsonaro até tem subido nas pesquisas, mas em ritmo insuficiente para se aproximar de Lula. A equipe do atual presidente da República calculava que haveria empate em junho, depois passou a previsão para julho, depois para agosto e, até agora, isso não aconteceu. A diferença, mostrou o Datafolha, ainda que tenha diminuído nos últimos meses, ainda é de 15 pontos percentuais.

Auxílio Brasil

A equipe do presidente reforça que, além disso, Bolsonaro não subiu onde era esperado pelo governo: o público que recebe o Auxílio Brasil.

Às vésperas das eleições, o governo subiu de R$ 400 para R$ 600 o valor do Auxílio Brasil. O aumento é temporário e acaba em dezembro deste ano.

Na faixa de renda até dois salários mínimos, o ex-presidente Lula oscilou positivamente, saindo de 54% para 55%, enquanto Bolsonaro ficou estabilizado em 23%.

Ou seja, os eleitores que ganham o Auxílio Brasil ainda não estão rendendo votos para o presidente.

Bolsonaro acabou crescendo no eleitorado que ganha de dois a cinco salários mínimos, saltando de 34% para 41%, enquanto Lula caiu de 40% para 38%. Entre quem ganha cinco a dez salários mínimos, Bolsonaro também subiu, de 44% para 47%, enquanto Lula ficou estável em 34%.

Cenário econômico

Para assessores de Bolsonaro, os números são resultado do cenário econômico. O desemprego caiu para 9,8%, houve redução do preço dos combustíveis e queda da inflação no mês de julho (no acumulado de 12 meses, porém, a inflação acumula alta de 10,07%). Por Valdo Cruz/G1