Passadas mais de duas horas após o anúncio feito pelo chefe do Executivo estadual, Jerônimo Rodrigues, de que o candidato a prefeito da base aliada em Salvador será o vice-governador Geraldo Júnior (MDB), não houve manifestações públicas espontâneas por parte dos principais dirigentes petistas, tanto no âmbito municipal quanto estadual.

Presidente municipal do PT, Cema Mosil não se manifestou, assim como o líder do partido na Câmara Municipal, vereador Tiago Ferreira. Já o comandante estadual da sigla, Éden Valadares, tratou do assunto somente para responder a questionamentos da imprensa durante a coletiva em que Jerônimo confirmou Geraldo Júnior, realizada no Palácio de Ondina.

O deputado estadual Robinson Almeida, que era o pré-candidato do PT, foi outro que ignorou o anúncio. Sem fazer referência a Geraldo Júnior, o petista publicou apenas uma foto ao lado de Jerônimo e dos deputados estaduais Eduardo Salles (PP) e Fabrício Falcão (PCdoB) na confraternização de final de ano organizada pelo governador e que aconteceu no Palácio de Ondina após a coletiva.

O vice-governador, por sinal, se tornou a principal estrela da confraternização. Diversos aliados e colaboradores do governador fizeram publicações exaltando a escolha do emedebista. “Meu amigo Geraldo Júnior foi escolhido para mais um grande desafio: é pré-candidato a prefeito de Salvador, cidade que merece uma gestão que olhe para quem mais precisa e cuide da sua gente”, escreveu o secretário estadual de Relações Institucionais, Luiz Caetano (PT), ao publicar uma imagem ao lado do emedebista, de Jerônimo, do senador Otto Alencar (PSD) e de outras lideranças.

O senador Jaques Wagner, que participou da reunião do conselho político que antecedeu o anúncio, postou uma foto ao lado de Geraldo Júnior, da campanha de 2022, e escreveu que a decisão “foi tomada de forma coletiva, discutida e dialogada com todos os partidos da base, o que reflete a unidade e o fortalecimento do nosso grupo político”.

A exemplo dos principais dirigentes comunistas, deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), outra que perdeu a disputa interna para a definição do candidato em Salvador pela base de Jerônimo, também silenciou. Ela já chegou a dizer, inclusive, que o vice-governador não representava a esquerda e que estaria mais próximo da direita, tese compactuada por alguns dos vereadores petistas.

Antes mesmo de Geraldo Júnior ter o nome confirmado havia dúvidas sobre se o PT e o PCdoB de fato “vestiriam a camisa” do emedebista. Esse questionamento ainda prevalece na base, sobretudo num momento em que as feridas do anúncio, já previstas, terão que ser remediadas sob a liderança do governador. Política Livre