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Representantes da Polícia Civil do Rio de Janeiro e a ministra da 3ª Sessão do Superior Tribunal de Justiça, Laurita Vaz, devem conversar na próxima semana em Brasília. Na pauta, será discutida a possibilidade de federalizar a investigação sobre a motivação dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, assim como a existência de possíveis mandantes para o crime.

Ainda não há data para o julgamento sobre o deferimento do Pedido do Incidente de Deslocamento de Competência (IDC) para o caso. O dispositivo prevê o deslocamento das polícias estaduais para a Polícia Federal, sob a justificativa de “grave violação aos direitos humanos” ou leniência por parte do Estado.

O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, Antônio Ricardo Nunes, e o delegado responsável pelo caso, Daniel Rosa, vão despachar na semana que vem com a magistrada, que pediu o compartilhamento de informações da investigação da Delegacia de Homicídios da Capital. A Polícia Civil já se declarou contra a possibilidade de deslocamento da competência da investigação.

Nas últimas semanas, além do depoimento de Renata Souza, atualmente deputada estadual e ex-chefe de gabinete de Marielle Franco, os ex-deputados Paulo Melo e Edson Albertassi prestaram depoimentos. Os dois últimos, presos na operação Cadeia Velha da Polícia Federal em 2017, foram chamados como testemunhas.

O objetivo é aprofundar uma das linhas de investigação que envolve a participação do ex-deputado e conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado, Domingos Brazão. A polícia afirma que é investigado se o crime tenha motivação política. Em setembro, a ex-procuradora Geral da República Raquel Dodge denunciou Brazão e outras quatro pessoas por interferência nas investigações.