Foto: André Durão

Para confirmar a boa fase do Bahia, faltava vencer fora de casa, justamente o grande calcanhar de Aquiles da equipe quando o assunto é Campeonato Brasileiro. Não falta mais. Mostrando grande maturidade em qualquer ambiente, o Tricolor venceu os últimos dois que fez longe de casa, algo que não acontecia há mais de dois anos.

As duas vítimas do Tricolor foram Atlético-MG e o Vasco, esse último derrotado no sábado, por 2 a 0, com gols marcados por Nino e Gilberto. O camisa 9 foi também responsável por garantir o triunfo sobre o Galo, ao anotar o único gol da partida.

A última vez que o Bahia havia vencido duas partidas consecutivas foi na edição de 2017 do Campeonato Brasileiro. Entre 12 e 19 de julho, a equipe dirigida por Jorginho venceu Ponte Preta (3×0) e Atlético-MG (2×0). Entre um jogo e outro, um empate em 1 a 1 com o Avaí, em casa.

A grande ironia é que o Galo de 2017 era treinado por Roger Machado, hoje treinador do Bahia. E a derrota no estádio Independência acabou acarretando sua demissão do comando da equipe mineira. Dentre os fatores que explicam as duas vitórias consecutivas, um deles certamente é o desempenho defensivo.

Dono da quarta melhor defesa da Série A, com apenas 15 sofridos em 18 rodadas, média de menos de um por partida, o Tricolor alcançou a marca de dez jogos sem sofrer gol na competição.

Para manter a fortaleza defensiva nos jogos fora de casa, Roger Machado tem apostado em um esquema com três volantes. Contra Atlético-MG e Vasco, o tripé formado por Gregore, Flávio e Ronaldo foi fundamental para proteger a meta do goleiro Douglas. O treinador falou sobre a escolha após o duelo contra o Gigante da Colina.

– Sempre tenho dito que não me importo com a posição do jogador. Muitas vezes o jogador jogou na base como meia, virou volante e acabou a função dele, ele é volante para a vida toda? Jogador faz função. Com três, com dois, com um, independentemente da quantidade de volante, é a função que o jogador executa e a capacidade que a gente tem de organizar a função ofensiva – afirmou o treinador tricolor.

Depende da estratégia, jogo fora, sabia que o Vasco iria pressionar. Respeito muito o torcedor. Aceito, mas dificilmente vou me mover diferente das minhas convicções. Vivo futebol há 30 anos. A capacidade de fazer leitura do jogo é maior do que a do torcedor, do analista esportivo. Globoesporte